Como uma das primeiras medidas do projeto que visa o reajuste fiscal, o governo do presidente argentino Javier Milei anunciou, nesta terça-feira 12, a suspensão de contratos de publicidade do governo nos meios de comunicação e nas redes sociais. A medida vale por um ano.
O anúncio foi feito pelo porta-voz do governo, Manuel Adorni, e já havia sido antecipada durante a campanha eleitoral. A justificativa dada por Milei à época foi de que a medida era “emergencial” para conter a hiperinflação.
“O objetivo é fazer o impossível no curtíssimo prazo, não só para cumprir o que foi prometido, mas para evitar a catástrofe porque estamos numa das crises mais profundas da história e também caminhamos para a hiperinflação e a decisão é evitar isso”, reforçou Adorni diante da imprensa.
Segundo números divulgados pela Fundação LED, presidida pela deputada do PRO Silvana Giudici, apenas em 2022, o governo federal argentino destinou mais de 40 milhões de pesos em publicidade oficial. O volume já representava um corte de mais de 80% em comparação com os anos anteriores.
Atualmente, segundo os dados oficiais, a propaganda governamental na imprensa representa apenas 0,07% do orçamento nacional argentino.
A medida anunciada hoje, vale dizer, pode ser considerada inconstitucional e tende a ser alvo de ações judiciais. Isso porque, por força de lei, o governo argentino é obrigado a publicar seus atos de gestão. A suspensão, portanto, impões novos obstáculos para se garantir a transparência no mandato.
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