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Médicos Sem Fronteiras criticam quarentena em massa de refugiados na Grécia

Quase 13 mil migrantes estão cercados em um local com capacidade para menos de 3 mil pessoas

Refugiados esperam por chá grátis em campo na Grécia. Foto: ANGELOS TZORTZINIS/AFP
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A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) publicou uma nota nesta quinta-feira 3 em que acusa o governo da Grécia de confinar refugiados em “condições desumanas”, como forma de combate à crise do coronavírus.

 

Na quarta-feira 2, o governo grego anunciou a primeira infecção por coronavírus no maior acampamento de migrantes do país europeu, que leva o nome de Moria, localizado na ilha de Lesbos. O caso é de um homem somali de 40 anos.

Segundo a AFP, quase 13 mil demandantes de asilo vivem no local sob condições sanitárias precárias, com capacidade para menos de 2,8 mil pessoas. Os campos nas ilhas ficarão confinados até 15 de setembro, com acesso estritamente limitado.

Para o MSF, o governo grego está aplicando uma “quarentena mal pensada e potencialmente muito prejudicial” aos refugiados. A organização pede que os migrantes sejam evacuados para alojamentos seguros, principalmente os idosos com doenças crônicas, mulheres grávidas e crianças.

“Neste momento, em Moria, existem idosos com problemas de saúde subjacentes, mulheres grávidas, bem como crianças que têm medo e estão expostas a mais traumas por causa desta política. O governo deveria estar protegendo essas pessoas, mas em vez disso as mantém cercadas pela Covid-19 no acampamento. Elas estão sendo expostas”, diz nota.

O MSF diz que, em abril, o governo grego prometeu a evacuação das ilhas, porém, cinco meses depois, as pessoas ainda estão presas e contidas por um cordão policial.

A organização pede que o governo não recorra ao policiamento e à detenção e reivindica a garantia de medidas básicas de higiente, testes em massa, isolamento e tratamento dos casos positivos, rastreamento de contatos e quarentena apenas em locais com padrões mínimos de abrigo.

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