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Marine Le Pen se aproxima de Macron na última semana da corrida presidencial na França

A campanha para o primeiro turno da eleição presidencial francesa, que acontece em 10 de abril, entra em sua reta final

Marine Le Pen se aproxima de Macron na última semana da corrida presidencial na França
Marine Le Pen se aproxima de Macron na última semana da corrida presidencial na França
Marine Le Pen, líder da extrema-direita francesa. Foto: GEOFFROY VAN DER HASSELT / AFP)
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Uma nova pesquisa de intenção de votos divulgada nesta segunda-feira (4) aponta que o presidente Emmanuel Macron, que tenta sua reeleição, continua na frente, mas a segunda colocada, a representante da extrema-direita Marine Le Pen, se aproxima gradualmente. O candidato da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, também vem ganhando mais pontos.

Segundo a pesquisa Harris Interactive-Toluna para o primeiro turno, Macron aparece com 26,5%, enquanto Marine Le Pen está com 23%. Mélenchon teria 17% dos votos enquanto Éric Zemmour, também da extrema-direita, e Valérie Pécresse, da direita tradicional, dividiriam o quarto lugar, com 9,5% cada.

Outras pesquisas divulgadas no início do dia apontam uma distância maior entre Macron e Le Pen. O Instituto Ipsos indica 26,5% para o presidente e 21% para a líder da extrema-direita no primeiro turno. Já o Ifop aponta 27,5% para Macron, e 22% para Le Pen.

Todas as pesquisas mostram que a liderança do atual chefe de Estado vem diminuindo nas pesquisas. Em meados de março, Macron chegou a ficar na casa dos 30%, enquanto Le Pen, que começou o ano com 15%, avança de maneira constante.

Se os números se confirmarem, Macron e Le Pen se enfrentarão no segundo turno, como na eleição passada, em 2017. Neste caso, conforme a pesquisa Ipsos, o presidente seria reeleito com 54% dos votos, enquanto o Instituto Ifop calcula 53% para o chefe de Estado. Já Harris Interactive-Toluna anuncia um resultado mais apertado, com 51,5% para Macron.

Ajudado pela guerra, mas criticado por uso de consultorias

O chefe de Estado viu seus índices de intenção de votos subirem após o início da guerra na Ucrânia, no final de fevereiro.

Macron, que também está à frente da presidência rotativa da União Europeia, tem um papel de protagonismo nas tentativas de negociação do conflito, participando de discussões constantes tanto com o presidente russo, Vladimir Putin, como com o ucraniano, Volodymyr Zelensky, o que pode ter contribuído para seu resultado nas pesquisas, mesmo tendo anunciado tardiamente sua candidatura oficial, apenas no início de março, e tendo feito apenas um comício até agora.

Porém, nas últimas semanas Éric Zemmour, candidato que chegou a se aproximar do segundo lugar ao lado de Marine Le Pen, e Valérie Pécresse, que estava em quarta posição, vêm caindo nas pesquisas, deixando o caminho aberto para Le Pen, que se aproxima cada vez mais de Macron.

Além disso, a polêmica sobre o uso considerado abusivo de consultorias pelo governo, especialmente a McKinsey, estremeceram a candidatura do presidente à reeleição. Segundo um relatório divulgado pelo Senado, os gastos dos ministérios de Macron com esses escritórios de assessoria mais que duplicaram durante o mandato do atual chefe de Estado, passando de € 379,1 milhões (quase R$ 2 bilhões) em 2018 a € 893,9 milhões (R$ 4,5 bilhões) em 2021.

O presidente também administra um contexto econômico delicado na França, onde a alta dos preços da energia, provocada em parte pela guerra na Ucrânia, reforça o medo de uma queda do poder aquisitivo, uma das principais preocupações da população francesa atualmente.

Cinco dos 12 candidatos participam na noite desta segunda-feira de um programa na emissora de televisão pública France 2. Outros seis já se apresentaram no mesmo programa na semana passada. Macron decidiu não participar.

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