Mundo

Manifestações contra o racismo se intensificam após nova morte nos EUA

Óbito de mais um negro nas mãos de um policial branco em Atlanta aumentou o debate acalorado sobre o racismo sistêmico

Manifestações contra o racismo se intensificam após nova morte nos EUA
Manifestações contra o racismo se intensificam após nova morte nos EUA
Créditos: Kerem Yucel / AFP
Apoie Siga-nos no

A morte de um negro nas mãos de um policial branco em Atlanta aumentou o debate acalorado nos Estados Unidos sobre o racismo sistêmico, provocando novos protestos nas ruas e a renúncia da chefe da polícia da cidade.

Nesta segunda-feira 15, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aceitou a proposta dos países africanos de organizar um debate urgente na quarta-feira 17 sobre racismo e violência policial.

A morte na sexta-feira de Rayshard Brooks, de 27 anos, por um tiro da polícia, ocorreu em meio a uma onda de protestos e distúrbios nos Estados Unidos e em várias partes do mundo após a morte do afro-americano George Floyd, em 25 de maio, vítima da brutalidade policial.

O serviço médico legal de Atlanta considerou a morte de Brooks como homicídio.

O restaurante da rede Wendy’s, onde ocorreu o incidente, foi incendiado no sábado, enquanto centenas de pessoas se manifestaram na capital do estado do sul da Geórgia, bloqueando uma rodovia.

A prefeita Keisha Lance Bottoms, cujo nome aparece como possível candidata de chapa com o democrata Joe Biden, anunciou no sábado a renúncia imediata de Erika Shields, que lidera a polícia de Atlanta desde dezembro de 2016.

“Não acredito que a ação tenha sido um uso justificado da força”, disse Bottoms.

 

“Na Geórgia, o taser não é uma arma letal. Os reforços chegaram dois minutos depois. Eles poderiam tê-lo encurralado. Por que tiveram que matá-lo? (O policial) tinha outras opções além de atirar nas costas”, disse ele a jornalistas.

Este é o 48º caso de tiroteio, envolvendo policiais, investigado pelo GBI desde o início do ano, disse o “Atlanta Journal-Constitution”. Em 15 desses tiroteios, houve mortes.

Os protestos após a morte de Floyd, que se espalharam primeiro pelos Estados Unidos e depois pelo mundo, destacaram os legados da escravidão, do colonialismo e da violência branca contra a comunidade negra e contra outras minorias, bem como a brutalidade da polícia no país norte-americano.

Na Europa, onde os protestos contra o racismo continuaram na Alemanha, França, Suíça e Reino Unido no fim de semana, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou nesta segunda-feira a criação de uma comissão sobre desigualdades raciais.

Johnson argumentou que era necessário agir sobre a “substância” do problema, em vez atuar sobre os “símbolos”, em oposição às reivindicações pela remoção de monumentos representando figuras históricas controversas.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo