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Mais de 40 feridos em confrontos na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém

Milhares de fiéis devem comparecer à Esplanada nas próximas horas para a última sexta-feira do Ramadã, mês de jejum muçulmano

Forças de segurança israelenses fazem a proteção do portão de Damasco, na entrada da Cidade Velha de Jerusalém no dia 20 de abril. Confrontos entre a polícia e palestinos dentro da Esplanada das Mesquitas nesta sexta (29) deixaram mais de 40 feridos Foto: HAZEM BADER / AFP
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Confrontos entre manifestantes palestinos e a polícia de Israel deixaram 42 feridos nesta sexta-feira (29) na Esplanada das Mesquitas, um foco de tensão no centro de Jerusalém, após mais de um mês violência nos Territórios ocupados e em Israel.

“Durante a manhã registramos 42 feridos em confrontos com as forças de ocupação” na Esplanada das Mesquitas, anunciou o Crescente Vermelho Palestino.

Dos 42 feridos, 22 foram levados para um hospital de Jerusalém, “mas nenhum deles se encontra em estado grave”, acrescentou a organização.

A polícia israelense afirmou que os agentes da força de segurança atuaram porque “agitadores” lançaram pedras e fogos de artifício na direção do Muro das Lamentações, o local de oração mais sagrado para os judeus, que fica no mesmo recinto.

Um comunicado destaca que os policiais “usaram meios de dispersão de distúrbios” na intervenção. Testemunhas e correspondentes da AFP observaram o uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Uma calma relativa dominou o local em seguida. Milhares de fiéis devem comparecer à Esplanada nas próximas horas para a última sexta-feira do Ramadã, mês de jejum muçulmano que termina no início da próxima semana.

A tensão aumentou nos últimos dias Esplanada das Mesquitas, considerada o terceiro local sagrado para os muçulmanos e o mais sagrado para os judeus, que utilizam o nome “Monte do Templo”.

Nas últimas duas semanas, mais de 250 palestinos ficaram feridos em confrontos na área, localizada na Cidade Antiga de Jerusalém.

A Esplanada das Mesquitas fica na parte leste de Jerusalém, ocupada por Israel desde 1967 e depois anexada. O local sagrado é administrado pela Jordânia, mas o acesso é controlado pelo Estado hebreu.

“Defender Jerusalém”

Os distúrbios acontecem em um cenário de escalada da violência, após quatro ataques desde o fim de março em Israel, que deixaram 14 mortos, incluindo um policial árabe-israelense e dois ucranianos. Dois atentados foram cometidos em Tel-Aviv por palestinos procedentes da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967.

Desde então, 26 palestinos e três árabe-israelenses morreram (incluindo os autores dos ataques) em confrontos com as forças de Israel, que efetuaram operações na Cisjordânia ocupada.

Nesta sexta-feira acontece o “Youm al-Quds al-alami”, dia anual da “defesa” de Jerusalém, iniciada pelo Irã após a revolução islâmica de 1979.

Na quinta-feira à noite, líderes dos movimentos palestinos Hamas e Jihad Islâmica, próximos ao Irã, organizaram uma manifestação em um estádio de Gaza para marcar a jornada e insistiram na necessidade de “defender” Jerusalém e a Esplanada das Mesquitas.

O general Hosein Salami, comandante da Guarda Revolucionária, o exército ideológico iraniano, participou no evento por videoconferência e afirmou que “o Estado de Israel será derrotado”.

A presença na Esplanada das Mesquitas durante o Ramadã de um grande número de judeus – que têm permissão para visitar o local sob certas condições e em momentos específicos, mas sem a possibilidade de rezar – e a mobilização de forças de segurança no local sagrado foram consideradas uma “provocação” pelos palestinos e vários países da região.

Mas Israel pretende manter o status quo da Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, afirmou o chefe da diplomacia israelense, Yaïr Lapid. Ele disse que as recentes intervenções policiais no local estavam “justificadas”.

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