Mais de 300 civis morrem em três meses de ataques aéreos na Etiópia, segundo a ONU

Situação dos direitos humanos na Etiópia 'deteriorou-se significativamente' desde o final de novembro, diz Michelle Bachelet

Meninas são vistas através de um vidro no complexo do Agda Hotel, na cidade de Semera, região de Afar, Etiópia. Foto: Eduardo Soteras/AFP

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Pelo menos 304 civis foram mortos desde o final de novembro em uma série de ataques aéreos no norte da Etiópia, devastado pela guerra, principalmente na região de Tigré, disse o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos nesta segunda-feira 7.

A situação dos direitos humanos e da segurança na Etiópia “deteriorou-se significativamente” desde o final de novembro, denunciou Michelle Bachelet em seu discurso perante o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Bachelet disse que, entre 22 de novembro de 2021 e 28 de fevereiro deste ano, seu escritório “continuou a receber denúncias de violações graves e em larga escala dos direitos humanos no contexto da expansão do conflito nas regiões de Afar e Amhara, além do Tigré”.

Ela expressou preocupação particular com o grande número de ataques aéreos aparentemente realizados pela Força Aérea da Etiópia (ETAF), principalmente no Tigré, mas também em Afar.

O escritório de Bachelet registrou “304 mortes e 373 feridos devido ao bombardeio aéreo durante o período do relatório”, informou.

Bachelet destacou que ataques contra civis e infraestruturas civis também foram realizados por outras partes do conflito, inclusive pelas forças do Tigré e alertou para relatos de estupro e violência sexual.


O conflito no Tigré começou em novembro de 2020, depois que o primeiro-ministro Abiy Ahmed enviou tropas para derrubar o TPLF, o antigo partido no poder na região.

 

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