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Maior narcotraficante do Equador aceita ser extraditado aos EUA

Fito será o primeiro extraditado desde que essa possibilidade foi restabelecida em 2024, após um referendo

Maior narcotraficante do Equador aceita ser extraditado aos EUA
Maior narcotraficante do Equador aceita ser extraditado aos EUA
O narcotraficante Adolfo Macías, o Fito. Foto: Marcos Pin/AFP
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O maior narcotraficante do Equador, Adolfo Macías, conhecido como “Fito”, aceitou nesta sexta-feira 11 de maneira “livre e voluntária” ser extraditado para os Estados Unidos, onde a promotoria o acusa de tráfico de cocaína e armas, informou a Corte Nacional de Justiça (CNJ).

Fito foi recapturado em junho após fugir de uma prisão de segurança máxima em 2024, o que desencadeou uma onda de violência nunca antes vista no Equador.

Vestido com o uniforme laranja de presidiário e com a barba aparada, ele compareceu à audiência por videoconferência e respondeu ao juiz: “Sim, aceito” (a extradição).

A decisão de Macías abre caminho para que a transferência seja realizada.

O líder da gangue dos Choneros estava acompanhado por um defensor público e também respondeu às perguntas para confirmar sua identidade.

“Uma vez consentida a extradição do requerido, seguirá o trâmite pertinente para o processo” de transferência para os Estados Unidos, disse a CNJ equatoriana em um comunicado.

Quando a decisão for emitida, o presidente do Equador, Daniel Noboa, deverá ordenar a entrega do narcotraficante à Justiça americana.

Fito se tornará o primeiro equatoriano a ser extraditado por seu próprio país desde que essa possibilidade foi restabelecida em 2024, após um referendo. Noboa impulsionou a consulta pública para reformar a lei em meio à sua “guerra contra o crime”.

Macías foi recapturado em 25 de junho. Policiais e militares encontraram o criminoso em um bunker construído sob uma residência luxuosa na cidade portuária de Manta, no sudoeste do Equador.

A região é o centro de operações dos Choneros, uma poderosa gangue dedicada ao tráfico de drogas e com vínculos com cartéis internacionais.

O Equador deixou de ser há anos um oásis de paz entre Colômbia e Peru, os principais produtores mundiais de cocaína.

Hoje é uma das nações mais violentas devido à guerra entre gangues que se aproveitam de seus portos estratégicos, da sua economia dolarizada e da corrupção de algumas autoridades.

A taxa de homicídios no país cresceu de 6 a cada 100.000 pessoas em 2018 para 38 em 2024, com o recorde histórico de 47 em 2023.

Pelos portos do Equador transita 73% da cocaína produzida no mundo, de acordo com fontes oficiais. Em 2024, o país apreendeu o recorde de 294 toneladas de drogas, principalmente cocaína.

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