Mundo

Maduro diz que na Venezuela “não terá Bolsonaro”

Venezuelano afirma que não permitirá uma guinada à direita no país. “Aqui será o povo e o chavismo por muito tempo.”

Nicolás Maduro afirma que Exército venezuelano está preparado para atuar sob qualquer circunstância. Nicolás Maduro afirma que Exército venezuelano está preparado para atuar sob qualquer circunstância.
Apoie Siga-nos no

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu nesta quinta-feira 20 que não permitirá uma mudança da esquerda para a direita em seu país, como ocorreu no Brasil com a eleição de Jair Bolsonaro. Ele também voltou a insultar o vice-presidente brasileiro, general Hamilton Mourão, que foi chamado de “louco da cabeça”.

“A Venezuela não é o Brasil. Aqui não vai ter um Bolsonaro. Aqui será o povo e o chavismo por muito tempo (…). Bolsonaro aqui não teremos nunca, porque nós construímos a força popular”, declarou Maduro durante ato do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV).

Maduro também voltou a denunciar um suposto complô dos Estados Unidos para derrubá-lo, que contaria com o apoio de Brasil e Colômbia. Na sequência, ele disse que o general Mourão é “louco da cabeça” por ter afirmando que o governo chavista está chegando ao fim e defendido “eleições normais” na Venezuela.

“Aqui lhe espero, com milhões de homens e mulheres e com as Forças Armadas (…). Aqui lhe espero, Mourão, venha pessoalmente”, desafiou Maduro em discurso.

Leia também: Governo de Nicolás Maduro ocupa matadouros

Maduro inicia no próximo dia 10 de janeiro um segundo mandato, de seis anos, após ser reeleito em votação boicotada pela oposição e denunciada por Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.

Na semana passada, Maduro já havia chamado Mourão de “louco” e “covarde” e afirmado que o conselheiro de segurança da Casa Branca, John Bolton, estaria preparando, em conjunto com a Colômbia, um plano para assassiná-lo. Maduro também afirmou que os americanos teriam envolvido o Brasil em uma conspiração para desestabilizar a Venezuela.

Segundo Maduro, Bolton teria atribuído a Bolsonaro algumas missões que fariam parte deste plano durante a visita realizada pelo assessor ao presidente eleito, no Rio de Janeiro, em novembro.

Leia também: Jornal venezuelano independente para de circular por pressão estatal

A parte de Bolsonaro no complô, disse Maduro, seria realizar “provocações militares” na fronteira entre Brasil e Venezuela.

A Venezuela vive há anos uma profunda crise econômica do seu modelo socialista, que vem gerando hiperinflação, fome e a fuga de centenas de milhares de venezuelanos do país. Com a decadência econômica e social, o governo chavista tem apelado cada vez mais para acusações contra agentes externos e denunciado supostas conspirações.

Um dia após sua vitória eleitoral, em outubro, Bolsonaro descartou uma eventual intervenção militar na Venezuela, apesar das “sérias dificuldades” causadas pela “ditadura” de Maduro.

A pressão diplomática contra Maduro por parte de países vizinhos como Brasil e Colômbia vem aumentando diante da chegada de milhares de imigrantes venezuelanos que fogem da crise econômica em seu país.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar