Maduro pede que militares lutem contra “golpistas” que apoiam Guiadó

“Estamos em combate, com força total”, discursou o presidente da Venezuela

Nicolás Maduro recebe apoio de militares. Foto: AFP

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quinta-feira 2 às Forças Armadas que lutem contra “qualquer golpista”, após uma insurreição militar fracassada, liderada pelo líder da oposição, Juan Guaidó.

“Estamos em combate, com força total nessa luta para desarmar qualquer traidor ou golpista”, disse Maduro em uma cerimônia da qual participaram milhares de soldados, transmitida pela televisão, em que o alto-comando militar reiterou sua lealdade. Repetindo o slogan “sempre leal, traidores nunca”, o presidente disse que “ninguém pode ter medo, é hora de defender o direito à paz”, declarou.

Segundo o governo, 4,5 mil soldados ouviram o discurso de Maduro depois do levante ocorrido na terça-feira 30 por um pequeno grupo de militares sob a liderança de Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países.

“A hora de lutar chegou. Chegou o momento de dar um exemplo para a história e para o mundo e dizer que, na Venezuela, há uma Força Armada leal, coesa, unida como nunca, antes derrotando tentativas de golpe de traidores que se venderam aos dólares de Washington”, enfatizou Maduro. Na quarta-feira 1º, Dia do Trabalho, milhares de venezuelanos foram às ruas para exigir a saída de Maduro e apoiar Guaidó. Houve violentos confrontos com a polícia e uma jovem morreu.

EUA podem ter superestimado Guaidó

Os Estados Unidos insistem que os dias de Maduro estão contados, mas Washington pode ter superestimado a força do líder da oposição. Na terça 30, Guaidó reivindicou o apoio de um grupo de ” soldados corajosos” de uma base militar de Caracas que apoiaram a revolta. Em questão de horas, porém, Maduro sufocou os protestos que se seguiram nas ruas.


No domingo 28, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, reafirmara que uma “ação militar é possível” na Venezuela. Washington impôs medidas como duras sanções à companhia petroleira estatal, PDVSA, fonte de receita primordial para o governo de Maduro. O governo Trump aumentou sua “ofensiva psicológica” contra Maduro, apresentando-o como um líder fraco e dependente de seus aliados Rússia, Cuba e China.

 

Na terça 30, enquanto a rebelião perdia força, Pompeo surpreendeu ao afirmar que Maduro estava pronto para deixar a Venezuela rumo a Havana pela manhã, mas que a Rússia o teria dissuadido da decisão.

A informação foi negada por Moscou e pelo presidente venezuelano. Um novo levante e uma vitória de Guiadó, entretanto, não foram descartados.

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