Maduro e oposição da Venezuela reiniciam negociações nesta sexta

A oposição quer a elaboração de um cronograma para eleições 'livres' em 2024, após acusar o presidente de se reeleger de maneira fraudulenta

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. Foto: Prensa Presidencial

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As negociações entre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e a oposição venezuelana serão retomadas nesta sexta-feira 25, após terem sido suspensas por um ano, informou nesta quarta 23 o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Ele manifestou interesse em apoiar os diálogos entre as partes.

A oposição quer a elaboração de um cronograma para a realização de eleições presidenciais “livres” em 2024, após acusar Maduro de se reeleger de maneira fraudulenta. O presidente da Venezuela, por sua vez, exige o fim das sanções dos Estados Unidos.

Congelado desde outubro de 2021, o diálogo ganhou força nos últimos meses, incentivado por mediadores internacionais que instaram as partes a voltarem a se reunir no México.

O governo venezuelano e a oposição mantiveram negociações no México em agosto de 2021, depois de outras duas tentativas fracassadas. Contudo, Maduro suspendeu o processo dois meses depois por causa da extradição aos Estados Unidos de Alex Saab, um empresário próximo do governo e denunciado por lavagem de dinheiro.

Desde que assumiu o poder, em 7 de agosto, Petro vem estreitando os laços com seu colega venezuelano, retomando a relação diplomática que estava rompida desde 2019 pelas diferenças entre o então presidente de direita Iván Duque (2018-2022) e Maduro.

Além disso, a Venezuela recebe os diálogos de paz entre o governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional, a última guerrilha da Colômbia.


A decisão acontece depois da aproximação entre enviados de Maduro e da oposição da Venezuela em Paris, com mediação do presidente francês, Emmanuel Macron, de Petro e do presidente da Argentina, Alberto Fernández.

No contexto da quinta edição do Fórum de Paris sobre a Paz, os três presidentes os instaram a voltar à mesa para negociar acordos políticos e humanitários. Segundo os mediadores, este é o “único caminho” para resolver a “crise”.

Nos últimos dias, especulava-se que haveria uma retomada do processo, especialmente devido à mudança do contexto internacional.

A ofensiva russa na Ucrânia, após anos de pandemia, prejudicou as relações dos países ocidentais e provocou um aumento dos preços de energia e alimentação, mas impulsionou uma mudança na postura de Europa e Estados Unidos frente a Caracas.

Washington levantou algumas sanções e a administração do presidente Joe Biden não esconde que os hidrocarbonetos venezuelanos poderiam ser úteis no mercado internacional em plena crise energética.

Na região, os eleitores de Chile, Colômbia e Brasil elegerem recentemente governos de esquerda. Petro rompeu com um século de governos conservadores e é o primeiro esquerdista no poder na Colômbia.

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