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Maduro diz que EUA preparam agressão de ‘caráter militar’ contra a Venezuela
O presidente venezuelano anunciou ainda que as comunicações com o governo norte-americano ‘estão desfeitas’


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira 15 que os Estados Unidos estão preparando uma “agressão” de “caráter militar” contra seu país, e assegurou que seu governo está autorizado pelas “leis internacionais” a enfrentá-la.
Nas últimas semanas, os Estados Unidos posicionaram oito navios em águas do Caribe sul em uma operação antidrogas. Washington acusa Maduro de supostos vínculos com o narcotráfico e oferece uma recompensa de 50 milhões de dólares, cerca de 273 milhões de reais, pela captura do líder venezuelano.
Há “uma agressão em andamento, de caráter militar, e a Venezuela está autorizada pelas leis internacionais a enfrentá-la”, indicou o líder venezuelano sobre a presença de navios americanos no Caribe.
Em uma coletiva de imprensa com a imprensa internacional, Maduro anunciou ainda que “as comunicações com o governo dos Estados Unidos estão desfeitas” e apontou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, como o “senhor da morte e da guerra.”
Rubio declarou o na semana passada que Maduro é um “foragido da Justiça americana” devido à recompensa oferecida pelos Estados Unidos para sua captura.
Nesta segunda-feira, em uma entrevista à Fox News antes das declarações de Maduro, Rubio afirmou que o líder venezuelano “representa uma ameaça direta à segurança nacional” dos Estados Unidos por causa do suposto narcotráfico do qual é acusado.
A Venezuela rejeita essas acusações e, na semana passada, Maduro ordenou o envio de pelo menos 25 mil militares da Força Armada para estados fronteiriços com a Colômbia e o Caribe.
Maduro também pediu que civis se alistem na Milícia Bolivariana, uma força composta por civis, para reforçar as fileiras diante de uma possível invasão dos Estados Unidos.
No fim de semana, o governo venezuelano denunciou que militares americanos da tripulação do destróier USS Jason Dunham detiveram um barco de pesca de atum que navegava em águas do Caribe venezuelano por oito horas.
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, também afirmou que os Estados Unidos triplicaram em agosto o envio de aviões espiões “contra” a Venezuela.
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