Mundo
Maduro denuncia ‘pirataria naval criminosa’ após apreensão de petroleiro por EUA
O mandatário venezuelano indicou que deu instruções para tomar as ‘devidas ações legais, diplomáticas’
O presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, classificou, nesta quinta-feira 11, como ato de “pirataria naval criminosa” a apreensão por parte dos Estados Unidos de um navio carregado de petróleo venezuelano e denunciou o “sequestro” de seus tripulantes.
Washington enviou em agosto uma flotilha de navios de guerra e aviões de combate como parte de uma operação antidrogas, que Caracas considera uma fachada cujo objetivo é derrubar Maduro. A apreensão do petroleiro é algo inédito nesta crise.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou na quarta-feira que suas forças militares apreenderam “um grande petroleiro” e adiantou que poderiam confiscar o petróleo. A Venezuela denunciou o ocorrido horas mais tarde em comunicado.
“Sequestraram os tripulantes, roubaram o barco e inauguraram uma nova era, a era da pirataria naval criminosa no Caribe”, disse Maduro em um ato presidencial em Caracas.
De acordo com Maduro, o navio transportava 1,9 milhão de barris de petróleo venezuelano. Registros prévios do site de acompanhamento de navios MarineTraffic reportavam 1,1 milhão de barris.
Também forneceu detalhes sobre a localização do navio no momento do que chamou de “assalto”. “Não foi na costa da Venezuela, foi acima, muito mais ao norte de Trinidad e Tobago, em direção às ilhas de Granada”, comentou.
Segundo jornal americano The Washington Post, o barco se dirigia para Cuba para entregar o petróleo.
“Ontem, a máscara caiu […] Os supremacistas que estão governando nos Estados Unidos querem uma guerra na América do Sul”, reiterou Maduro.
O mandatário venezuelano indicou que deu instruções para tomar as “devidas ações legais, diplomáticas” em todas as instâncias. “A Venezuela assegurará todos os seus navios para garantir o livre comércio do seu petróleo com o mundo”, afirmou.
O principal recurso da Venezuela é o petróleo, que está submetido a um embargo desde 2019.
Isso obriga o país a colocar sua produção no mercado clandestino a preços sensivelmente mais baixos, destinada particularmente a países asiáticos.
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