Em entrevista à BBC, o presidente venezuelano Nicolás Maduro afirmou-se como parte de um movimento social e político, e apontou que o “império americano da Klu Klux Klan”, liderado por Trump, visa dar um golpe de Estado na Venezuela.
Maduro voltou a negar a legitimidade de Juan Guaidó, deputado autoproclamado presidente interino no dia 23 de janeiro. Para ele, os países que reconheceram Guaidó estão alinhados com a política estadunidense, que é comandada por uma extrema direita extremista. “Na Venezuela, o povo decide e, de acordo com a Constituição, só o povo põe e tira.”, disse.
Questionado sobre números que apontam a crise humanitária e econômica do país, Maduro foi enfático em negar dados e bradou contra uma “campanha de Guerra do Ocidente”, na qual incluiu a mídia ocidental. Afirmou ainda que não pretende liberar a entrada de ajuda humanitária dos Estados Unidos no país, pois essa seria parte da estratégia articulada por Trump para justificar uma intervenção militar.
O presidente também declarou que a saída massiva de cidadãos do país é reflexo de uma guerra econômica, e que a Venezuela segue como uma receptora de migrantes. Os dados apresentados por ele, entretanto, destoam dos divulgados por agências da ONU no fim de 2018, os quais apontam que três milhões de refugiados e migrantes já haviam deixado o país. Para a entrevista, Maduro declarou que esses números “não passam dos 800 mil”.
Para Maduro, não há dúvidas de que ele permanecerá no poder – decisão que não classifica como individual, mas como uma responsabilidade constitucional e eleitoral com o povo venezuelano.
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