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Madri se despede do cantor e compositor cubano Pablo Milanés

O fundador da Nova Trova Cubana faleceu na terça-feira 22, aos 79 anos, na capital espanhola, onde morava desde 2017 para tratar de problemas de saúde

Créditos: YAMIL LAGE / AFP
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Uma multidão de artistas e outras pessoas que tiveram suas vidas marcadas pela música de Pablo Milanés deram seu último adeus ao cantor e compositor cubano, no velório realizado em Madri nesta quarta-feira 23.

Segundo a família, Pablo será enterrado na Espanha.

O fundador da Nova Trova Cubana faleceu na terça-feira 22, aos 79 anos, na capital espanhola, onde morava desde 2017 para tratar de problemas de saúde. O anúncio de sua morte gerou uma enxurrada de reações de pesar em sua Cuba natal e em todos os países onde várias gerações cantaram canções como “Yolanda” ou “Yo no te pido”.

O velório foi aberto ao público na manhã desta quarta, na Casa de América, uma instituição cultural em um palácio localizado na Plaza de Cibeles, no centro de Madri.

Em uma das laterais do prédio, uma fila de pessoas esperava, pacientemente, debaixo de uma insistente chuva de outono, para se despedir do artista.

“Ele foi, junto com Silvio (Rodríguez), um dos grandes trovadores de Cuba. Realmente, é uma perda muito lamentável para todos os cubanos”, disse à AFP, enquanto esperava na fila, José Luis Matamoros, um cubano de 68 anos que vive na Espanha.

Enterro apenas com a família

Ao chegar à Casa de América, Federico Pérez, irmão da esposa espanhola do cantor, Nancy, anunciou, em nome da família, que Milanés será enterrado na Espanha.

“Será enterrado aqui em total privacidade”, disse Pérez, sem especificar onde exatamente, ou quando, pedindo “respeito pelo processo pelo qual [eles estão] passando”.

“A família agradece por todo carinho e respeito que toda sociedade e todos setores e a população tiveram por Pablo. A família agradece profundamente por todo carinho que sente neste momento”, completou.

Sobre a possibilidade de se fazer uma homenagem em Cuba, disse apenas: “São decisões familiares e pessoais e serão conhecidas com o passar dos dias”.

O caixão do cantor descansava no elegante salão Miguel de Cervantes, da Casa de América, ao lado de um violão e de um retrato seu, em preto e branco, no qual se via seu rosto sorridente.

Créditos: PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP

Estava cercado de inúmeras coroas de flores, enviadas pelo cantor Joaquín Sabina e seu parceiro, pelo Balé Nacional de Cuba, por sua gravadora, ou sua família.

As pessoas passavam diante do caixão, deixando, em alguns casos, flores para um dos principais cantores da juventude da esquerda latino-americana e espanhola dos anos 1970, que depois se distanciou da Revolução de Fidel Castro. Vários músicos compareceram ao velório.

Ontem, em Havana, centenas de pessoas entoaram nas ruas canções de “Pablito”, como era conhecido, enquanto alguns cantores e compositores desfilavam pelo Pabellón Cuba para participar de uma “Trovada” em homenagem a Milanés. Sua ausência mergulhou grande parte da população da ilha em uma profunda tristeza.

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