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Lutamos para que brasileiros não sejam afetados pela catástrofe em Gaza, diz embaixador

Segundo Alessandro Warley Candeas, perspectivas são de ‘rápida degradação das condições de vida e de segurança’

Brasileiros em Gaza reportam 'situação difícil' e 'noites terríveis' com som de bombardeios. Foto: Reprodução
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O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Warley Candeas, defendeu que os brasileiros em Gaza sejam autorizados “o mais rápido possível” a passar pela fronteira com o Egito e seguir até o Cairo, onde embarcarão para o Brasil em uma aeronave da Força Aérea.

O diplomata afirmou, nesta segunda-feira 30, que os 22 brasileiros e os 10 palestinos em processo de imigração estão recebendo apoio de médico e psicóloga a distância, mas que as perspectivas “são de rápida degradação das condições de vida e de segurança”.

“Enquanto aguardamos, e a espera é demasiadamente longa e preocupante, estamos lutando para que os brasileiros não sejam afetados pela catástrofe humanitária que assola Gaza”, escreveu Candeas, em nota.

Segundo o representante, os brasileiros estão em casas alugadas nas cidades de Rafah e de Khan Younes, no sul de Gaza. A embaixada diz ter conseguido enviar recursos para a compra de alimentos, água, gás e remédios no mercado local.

“Os brasileiros têm que ser autorizados a sair o mais rápido possível pelas partes envolvidas, para retornarem a salvo ao Brasil”, reivindicou o embaixador.

Em um vídeo enviado pelo embaixador, uma das brasileiras afirma que “a situação está difícil” e que muitos caminhões com ajuda humanitária não entraram em Gaza.

Ela destaca que a fronteira ainda está fechada e que não há notícias sobre quando poderão deixar o local. A brasileira também reportou dificuldades para encontrar água e gás, e relatou que a comida está acabando.

“Ontem à noite foi terrível. A gente não conseguiu dormir. Todas as noites são terríveis. A gente não consegue dormir, não consegue ficar calmo, de tantos bombardeios que eles jogam perto”, afirma Shahed Al Banna, estudante de 18 anos.

De acordo com a embaixada do Brasil na Palestina:

  • 16 pessoas estão em Rafah: 8 crianças, 4 mulheres e 4 homens;
  • 16 pessoas estão em Khan Younes: 9 crianças, 5 mulheres e 2 homens.

Embaixada do Brasil gerencia trânsito de 22 brasileiros e 10 palestinos em imigração, de Gaza para o Cairo. Foto: Embaixada do Brasil na Palestina/13 de outubro de 2023

Por causa do blecaute nas telecomunicações em Gaza, a representação brasileira ficou sem contato com os refugiados por um dia, na sexta-feira 28. Durante o fim de semana, o contato foi retomado. A embaixada identificou alguns brasileiros gripados e crianças com problemas nos olhos.

As autoridades ainda esperam autorização do governo do Egito para o transporte dos brasileiros até o Cairo. No entanto, aguarda-se uma trégua nos bombardeios de Israel para que os refugiados transitem com segurança. Os israelenses destruíram a passagem de Rafah logo nos primeiros dias do conflito.

A Assembleia das Nações Unidas aprovou na semana passada uma resolução de países árabes que pede uma “trégua humanitária” no conflito, mas o texto não tem efeito vinculante, ou seja, não cria nenhuma obrigação de fato para os responsáveis pela guerra. No Conselho de Segurança, instância capaz de produzir uma resolução com efeito vinculante, não há consenso para a publicação de um texto.

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