O presidente Lula (PT) afirmou neste sábado 24 esperar o suporte da esquerda francesa para concluir, após mais de duas décadas de impasse, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
A declaração foi concedida pouco antes de o petista embarcar de volta ao Brasil, após sua viagem à Itália e à França. Em Paris, ele participou da Cúpula do Novo Pacto Financeiro e de diversas outras atividades.
Lula ressaltou o fato de o presidente francês, Emmanuel Macron, enfrentar dificuldade no Congresso, o que pode impactar a concretização do acordo comercial entre os blocos.
“Se a gente puder conversar com nossos amigos mais à esquerda para que seja aprovado o acordo do Mercosul, nós vamos fazer. Para ver se a gente consegue convencer as pessoas da importância”, disse o presidente brasileiro.
Lula destacou ser “normal” que a França busque defender a sua agricultura, mas ponderou que o Brasil também tem de fortalecer a sua indústria nacional.
“Não é o protecionismo que vai ajudar. Quanto mais livre for o comércio entre nós, desde que cada um garanta aquilo que é considerado essencial… A gente pode não fazer acordo com eles, mas vamos melhorar outras coisas”, prosseguiu. “Eu acredito na capacidade de negociação. Nós precisamos fazer o acordo com a União Europeia e a União Europeia precisa fazer o acordo com o Mercosul.”
Ele pediu, por fim, que os lados envolvidos abandonem a arrogância e mantenham o bom senso na negociação.
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