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Lula e Petro criticam ordem para prender González, opositor de Maduro na Venezuela

Os governos de Brasil e Colômbia afirmam que o mandado dificulta a busca por uma solução pacífica

Lula e Petro criticam ordem para prender González, opositor de Maduro na Venezuela
Lula e Petro criticam ordem para prender González, opositor de Maduro na Venezuela
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em 9 de agosto de 2024. Foto: Federico Parra/AFP
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Os governos de Brasil e Colômbia manifestaram “profunda preocupação”, nesta terça-feira 3, com a decisão da Justiça venezuelana de mandar prender o opositor Edmundo González Urrutia, que afirma ter vencido a eleição de 28 de julho.

Em um comunicado oficial, as gestões de Lula e Gustavo Petro afirmaram que a ordem de prisão “afeta gravemente os compromissos assumidos pelo governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados”.

“Dificulta, ademais, a busca por solução pacífica, com base no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas.”

Até aqui, a principal estratégia de Brasil e Colômbia na mediação da crise venezuelana era cobrar a divulgação das atas eleitorais. O Conselho Nacional Eleitoral e o Tribunal Supremo de Justiça validaram o triunfo do presidente Nicolás Maduro, mas não publicaram os documentos.

Entre os supostos crimes atribuídos pelo Ministério Público a González estão incitação à desobediência das leis, conspiração, usurpação de funções e sabotagem.

“Temos pouco conhecimento sobre esse processo judicial”, disse nesta terça-feira o advogado do opositor, José Vicente Haro. Ele indicou que o diplomata, por enquanto, não procurou refúgio em alguma representação diplomática. “É uma questão que a família ou o senhor Edmundo González Urrutia não levantaram.”

Maduro, por sua vez, chamou o adversário de covarde por estar enconchado – uma gíria popular para quem se esconde das autoridades – e afirmou que ele estaria preparando a fuga.

Após a ordem de prisão vir à tona, o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller, afirmou que a Casa Branca considera “uma série de opções” para mostrar a Maduro “que suas ações ilegítimas e repressivas na Venezuela têm consequências”.

Washington já impôs em 2019 uma série de sanções a Caracas, mas flexibilizou diversas delas nos últimos anos, especialmente no que se refere à exploração petrolífera.

Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai também rejeitaram “de forma inequívoca e absoluta” o mandado de prisão.

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