Mundo
Lula diz a Obrador que invasão de embaixada em Quito foi uma grave ruptura do direito internacional
O petista afirmou que o Brasil acompanhará o desenrolar do tema na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos


O presidente Lula (PT) disse nesta terça-feira 9 ao presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, que a invasão sem precedentes da polícia do Equador à embaixada mexicana em Quito representou uma grave ruptura do direito internacional.
Na noite da última sexta 5, forças de segurança equatorianas entraram na representação diplomática do México em Quito para capturar o ex-vice-presidente Jorge Glas, que estava refugiado no local desde dezembro.
Lula afirmou que o Brasil acompanhará o desenrolar do tema na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
López Obrador, por sua vez, agradeceu ao petista pela solidariedade e afirmou que o México levará o caso à Corte Internacional de Justiça, segundo um comunicado do Itamaraty.
O Ministério das Relações Exteriores informou, por fim, que Lula expressou a AMLO o desejo de viajar ao México ainda em 2024.
Horas depois da crítica do presidente mexicano, o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, condenou a violação da Convenção de Viena de 1961 sobre a inviolabilidade das sedes diplomáticas.
Segundo Sullivan, “o governo equatoriano ignorou suas obrigações com o direito internacional como Estado anfitrião” e “colocou em risco os fundamentos das normas e relações diplomáticas básicas”.
Nesta terça, em sua habitual coletiva de imprensa, López Obrador considerou “ambíguos” os pronunciamentos dos Estados Unidos e do Canadá, ao mesmo tempo em que exibiu imagens inéditas da incursão policial para prender Jorge Glas, acusado de corrupção.
No vídeo, é possível ver policiais apontando armas na direção do diplomata Roberto Canseco, a quem arrastaram pelo pescoço na noite de sexta. Também aparece o momento em que Glas é levado, aparentemente algemado.
“Revimos as imagens das câmeras de segurança da embaixada do México e acreditamos que as ações foram um erro”, afirmou Sullivan.
Inicialmente, o Departamento de Estado condenou “qualquer violação” da Convenção de Viena e chamou México e Equador a resolverem suas diferenças “conjuntamente”.
(Com informações da AFP)
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