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Lula defende negociações na Venezuela ao lado de Macron, Fernández e Petro
Na semana passada, a Venezuela descartou o envio de uma missão eleitoral da UE para o próximo pleito


Junto com seus pares de Argentina, Colômbia e França, o presidente Lula se reuniu com os representantes da oposição e do governo da Venezuela nesta segunda-feira (17), em Bruxelas, para tentar retomar as negociações entre as partes, em paralelo à cúpula UE-Celac.
Lula, Emmanuel Macron, Alberto Fernández e Gustavo Petro mantiveram um encontro com a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, e o negociador-chefe da oposição, Gerardo Blyde, segundo vídeos e fotos divulgadas por fontes oficiais.
Não vazaram maiores detalhes da reunião, mas os presidentes citados têm defendido a retomada das negociações congeladas entre o governo do presidente socialista Nicolás Maduro e seus adversários com vistas às eleições presidenciais previstas para 2024.
Esta é a segunda reunião neste formato, depois de uma primeira em novembro, durante o Fórum da Paz de Paris, mas que não contou a presença de Lula, que ainda não tinha tomado posse para seu terceiro mandato.
Durante a cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Delcy Rodríguez pediu o levantamento das sanções econômicas lideradas pelos Estados Unidos contra a Venezuela, que ela classificou de “bloqueio criminoso”.
Na semana passada, o negociador-chefe do chavismo e presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, e também irmão da vice-presidente Delcy, descartou o envio de uma missão eleitoral da UE para o próximo pleito na Venezuela.
O bloco europeu enviou uma missão de observação ao país sul-americano no final de 2021 para as eleições regionais e municipais, as primeiras desde 2006, e destacou alguns avanços, mas também criticou “a inabilitação arbitrária de candidatos”.
No início de julho, a UE expressou “preocupação” com a inabilitação da candidata opositora María Corina Machado e sugeriu a revisão do papel da Controladoria-Geral no caso, o órgão responsável pela punição.
Nesta segunda, 14 pré-candidatos opositores venezuelanos inscritos nas primárias para definir um rival único para enfrentar Maduro se reuniram em Caracas para “avaliar estratégias comuns” diante de “ameaças” como as inabilitações, anunciaram os organizadores das prévias, que estão marcadas para 22 outubro.
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