Economia
Lula alfineta europeus após adiamento da assinatura de acordo com o Mercosul
De acordo com o presidente brasileiro, faltou ‘vontade política e coragem’ dos dirigentes para concluir o tratado comercial
O presidente Lula (PT) alfinetou os líderes europeus por terem adiado a assinatura do acordo comercial com o Mercosul. O tratado, que se arrasta há mais de 25 anos, seria concluído neste sábado 20, mas foi postergado para janeiro após pressão da França e da Itália.
Para Lula, faltou ‘coragem’ e ‘vontade política’ dos dirigentes da União Europeia nessa reta final de negociações. “Sem vontade política e coragem dos dirigentes não será possível concluir uma negociação que já se arrasta por 26 anos”, alfinetou o brasileiro na 67ª Cúpula do Mercosul, realizada neste sábado em Foz do Iguaçu (PR).
Mais adiante, o petista disse esperar que a assinatura ocorra em janeiro. “O acordo será firmado e eu espero que seja assinado, quem sabe, no primeiro mês da presidência do Paraguai, pelo companheiro Santiago Peña”, disse. “Vamos torcer para que as coisas aconteçam para o bem do nosso Mercosul, para o bem do multilateralismo e para o bem do desenvolvimento nosso país”, completou.
Ainda em recado aos europeus, Lula disse que o Mercosul não seguirá parado enquanto espera a conclusão do acordo com a UE. O bloco sul-americano “seguirá trabalhando com outros parceiros”, informou, lembrando da parceria já firmada nos últimos meses com o EFTA.
“Neste semestre, demos início à discussão sobre a ampliação do acordo com a Índia. Retomamos as tratativas com o Canadá e avançamos nas negociações com os Emirados Árabes Unidos”, citou também, antes de mencionar avanços em negociações com o Japão, o Vietnã e o Panamá. “Precisamos ainda atualizar os acordos com outros países sul-americanos, como Colômbia e Equador”, concluiu.
No mesmo discurso, Lula voltou a criticar a crise entre os EUA e a Venezuela, alertando para uma possível “catástrofe” na região caso o governo Donald Trump resolva fazer uma intervenção armada no país governador por Nicolás Maduro.
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