Doutor maligno

A disputa pelo desenvolvimento da Inteligência Artificial é uma batalha por controle e supremacia

Cobiça. Musk não está preocupado com a transparência ou os riscos à humanidade. Seu alvo é outro – Imagem: Justin R. Pacheco/U.S. Air Force Academy

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Em 1914, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, H.G. Wells publicou uma novela sobre as possibilidades de uma conflagração ainda maior. The World Set Free (O Mundo Libertado) imagina, 30 anos antes do Projeto Manhattan, a criação de armas atômicas que permitiriam a “um homem carregar numa bolsa uma quantidade de energia latente suficiente para destruir meia cidade”. A guerra global irrompe e leva a um apocalipse atômico. É preciso “estabelecer um governo mundial” para trazer a paz.

O que preocupava Wells não eram apenas os riscos de uma nova tecnologia, mas os perigos da democracia. O governo mundial de Wells não foi criado por meio da vontade democrática, mas imposto como uma ditadura benigna. “Os governados demonstrarão seu consentimento com o silêncio”, observa ameaçadoramente o Rei Egberto da Inglaterra. Para Wells, o “homem comum” era “um louco violento nos assuntos sociais e públicos”. Só uma elite educada e com mentalidade científica poderia “salvar a democracia de si mesma”.

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2 comentários

Renato Rizo Ventura 17 de março de 2024 12h23
Excelente reportagem. Parafraseando o prof. Miguel Nicolelis: de inteligência a IA não tem nada
CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 24 de março de 2024 14h10
Excelente artigo. Demonstra bem o “elitismo democrático” de que fala o prof. José Afonso da Silva, que tem aumentado nos últimos anos.

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