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Líderes europeus reagem a rebaixamentos de notas de risco

Chanceler alemã, Angela Merkel, destaca que países do bloco estão comprometidos em solucionar crise, enquanto autoridades criticam avaliação da agência

Países da Zona do Euro contestam rebaixamentos de notas de risco no bloco pela Standard & Poor´s. Foto: Philippe Huguen/AFP
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Os líderes da Zona do Euro criticaram o rebaixamento da nota de risco de nove países do bloco, entre eles França e Itália, segunda e terceira maiores economias da Europa, respectivamente, pela agência de risco Standard & Poor’s na sexta-feira 13.

A chefe do governo alemão, Angela Merkel, disse no sábado 14 que a decisão da S&P confirma que “falta percorrer um longo caminho para restaurar a confiança dos investidores”. Mas, relativizou os rebaixamentos. “Está claro que nos comprometemos de forma determinada com o caminho de uma moeda estável, finanças sólidas e crescimento duradouro”, disse em discurso no congresso de seu partido, o conservador CDU.

Merkel também insistiu na adoção rápida do pacto fiscal para recuperar a confiança dos investidores na Zona Euro.

Após os franceses perderem o triplo A (classificação máxima), apenas Alemanha, Holanda, Luxemburgo e Finlândia mantêm esse grau de investimento na Zona do Euro.

Na justificativa para a decisão, a Standard & Poor’s criticou líderes e instituições européias pelo fracasso das soluções propostas em diversas reuniões de cúpula do continente. Uma visão contestada pelo comissário europeu dos Serviços Financeiros, Michel Barnier.

“Em um momento em que todos os governos e todas as instituições europeias estão mobilizados para reforçar o controle das finanças públicas e da governança da União Monetária, estou surpreso com a avaliação, que não leva em conta a evolução atual”, disse.

Bruxelas também discordou da critica de que a eficiência, estabilidade e previsibilidade da política e instituições políticas europeias não são adequadas e que a reforma no continente “repousa sobre um único pilar: o da austeridade fiscal”, como destacou a S&P.

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, por sua vez, defendeu sua política antidéficit e pediu reformas em todos os países da União Europeia. “O governo que presido sabe perfeitamente o que fazer para melhorar a reputação da Espanha, crescer e criar empregos, e vai fazer isso”, declarou. Ele completou que defenderá essa política de austeridade na cúpula europeia informal de 30 de janeiro.

A nova turbulência na Europa abafou o impasse das negociações sobre o pagamento parcial da dívida da Grécia pelos bancos, processo vital para que o país, epicentro da crise da dívida pública desde 2010, não entre em falência.

Os bancos, imersos em uma briga com os líderes europeus que querem o pagamento de metade da dívida grega nos seus balanços, suspenderam as negociações na sexta-feira 13.

Em outubro de 2011, após o primeiro pacote de ajuda financeira não ter sido suficiente para estabilizar a dívida do país, um acordo de 130 bilhões de euros foi definido pelos líderes europeus. Os bancos acordaram em perdoar metade dos débitos da Grécia, o equivalente a 100 bilhões de euros. A medida diminuirá a relação dívida-Produto Interno Bruto (PIB) do país para 120% em 2020

O impasse nas negociações sugere, porém, que os bancos poderão rever o compromisso assumido para reestruturar a dívida do país, condição necessária para evitar um default descontrolado. As negociações serão retomadas na quarta-feira, mas a Grécia já ameaçou deixar o euro caso o acordo não seja efetivado em até três meses.

Euro

A desintegração da Zona do Euro não foi considerada pela Standard and Poor’s na decisão de rebaixar a nota de nove países europeus, destacou Moritz Kraemer, encarregado pela classificação dos países da Europa na agência.

Segundo ele, a euforia da Europa para dar uma reposta à crise explica a decisão, que também afetou Áustria, Espanha e Portugal. “O ambiente político na Zona do Euro não é o mais adequado para os desafios crescentes provocados pela crise.”

A agência estima em 40% o risco da Zona do Euro entrar em recessão em 2012, apesar de esperar uma melhora no segundo semestre.

Kraemer acrescentou que a Standard & Poor’s publicará “muito em breve” seu veredicto sobre a qualificação do Fundo de Resgate Europeu e explicou que a agência está “avaliando o impacto dos rebaixamentos” de sexta-feira no fundo.

França


A degradação da nota francesa ameaça ter repercussões impactantes para a Zona do Euro, incluindo a perda do triplo A pelo Fundo de Ajuda da Eurozona (FEEF), visto como dono de “recursos insuficientes e pouco flexíveis” pela S&P.

A agência critica a França por seu “nível relativamente elevado da dívida pública” e a “rigidez do mercado de trabalho”, o que pode prejudicar o  presidente Nicolas Sarkozy a menos de 100 dias da eleição presidencial no país.

O primeiro-ministro francês François Fillon reconheceu no sábado 14 que, embora esperada, esta decisão veio “na hora errada”, embora “seja apenas uma advertência que não deve ser dramatizada, mas também não pode ser subestimada.”

Com informações AFP.

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Os líderes da Zona do Euro criticaram o rebaixamento da nota de risco de nove países do bloco, entre eles França e Itália, segunda e terceira maiores economias da Europa, respectivamente, pela agência de risco Standard & Poor’s na sexta-feira 13.

A chefe do governo alemão, Angela Merkel, disse no sábado 14 que a decisão da S&P confirma que “falta percorrer um longo caminho para restaurar a confiança dos investidores”. Mas, relativizou os rebaixamentos. “Está claro que nos comprometemos de forma determinada com o caminho de uma moeda estável, finanças sólidas e crescimento duradouro”, disse em discurso no congresso de seu partido, o conservador CDU.

Merkel também insistiu na adoção rápida do pacto fiscal para recuperar a confiança dos investidores na Zona Euro.

Após os franceses perderem o triplo A (classificação máxima), apenas Alemanha, Holanda, Luxemburgo e Finlândia mantêm esse grau de investimento na Zona do Euro.

Na justificativa para a decisão, a Standard & Poor’s criticou líderes e instituições européias pelo fracasso das soluções propostas em diversas reuniões de cúpula do continente. Uma visão contestada pelo comissário europeu dos Serviços Financeiros, Michel Barnier.

“Em um momento em que todos os governos e todas as instituições europeias estão mobilizados para reforçar o controle das finanças públicas e da governança da União Monetária, estou surpreso com a avaliação, que não leva em conta a evolução atual”, disse.

Bruxelas também discordou da critica de que a eficiência, estabilidade e previsibilidade da política e instituições políticas europeias não são adequadas e que a reforma no continente “repousa sobre um único pilar: o da austeridade fiscal”, como destacou a S&P.

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, por sua vez, defendeu sua política antidéficit e pediu reformas em todos os países da União Europeia. “O governo que presido sabe perfeitamente o que fazer para melhorar a reputação da Espanha, crescer e criar empregos, e vai fazer isso”, declarou. Ele completou que defenderá essa política de austeridade na cúpula europeia informal de 30 de janeiro.

A nova turbulência na Europa abafou o impasse das negociações sobre o pagamento parcial da dívida da Grécia pelos bancos, processo vital para que o país, epicentro da crise da dívida pública desde 2010, não entre em falência.

Os bancos, imersos em uma briga com os líderes europeus que querem o pagamento de metade da dívida grega nos seus balanços, suspenderam as negociações na sexta-feira 13.

Em outubro de 2011, após o primeiro pacote de ajuda financeira não ter sido suficiente para estabilizar a dívida do país, um acordo de 130 bilhões de euros foi definido pelos líderes europeus. Os bancos acordaram em perdoar metade dos débitos da Grécia, o equivalente a 100 bilhões de euros. A medida diminuirá a relação dívida-Produto Interno Bruto (PIB) do país para 120% em 2020

O impasse nas negociações sugere, porém, que os bancos poderão rever o compromisso assumido para reestruturar a dívida do país, condição necessária para evitar um default descontrolado. As negociações serão retomadas na quarta-feira, mas a Grécia já ameaçou deixar o euro caso o acordo não seja efetivado em até três meses.

Euro

A desintegração da Zona do Euro não foi considerada pela Standard and Poor’s na decisão de rebaixar a nota de nove países europeus, destacou Moritz Kraemer, encarregado pela classificação dos países da Europa na agência.

Segundo ele, a euforia da Europa para dar uma reposta à crise explica a decisão, que também afetou Áustria, Espanha e Portugal. “O ambiente político na Zona do Euro não é o mais adequado para os desafios crescentes provocados pela crise.”

A agência estima em 40% o risco da Zona do Euro entrar em recessão em 2012, apesar de esperar uma melhora no segundo semestre.

Kraemer acrescentou que a Standard & Poor’s publicará “muito em breve” seu veredicto sobre a qualificação do Fundo de Resgate Europeu e explicou que a agência está “avaliando o impacto dos rebaixamentos” de sexta-feira no fundo.

França


A degradação da nota francesa ameaça ter repercussões impactantes para a Zona do Euro, incluindo a perda do triplo A pelo Fundo de Ajuda da Eurozona (FEEF), visto como dono de “recursos insuficientes e pouco flexíveis” pela S&P.

A agência critica a França por seu “nível relativamente elevado da dívida pública” e a “rigidez do mercado de trabalho”, o que pode prejudicar o  presidente Nicolas Sarkozy a menos de 100 dias da eleição presidencial no país.

O primeiro-ministro francês François Fillon reconheceu no sábado 14 que, embora esperada, esta decisão veio “na hora errada”, embora “seja apenas uma advertência que não deve ser dramatizada, mas também não pode ser subestimada.”

Com informações AFP.

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