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Líder supremo do Irã rejeita negociação direta com Estados Unidos: ‘Nossos problemas são insolúveis’

A manifestação do aiatolá Ali Khamenei acontece em meio a ameaças de reimposição de sanções contra os iranianos

Líder supremo do Irã rejeita negociação direta com Estados Unidos: ‘Nossos problemas são insolúveis’
Líder supremo do Irã rejeita negociação direta com Estados Unidos: ‘Nossos problemas são insolúveis’
O aiatolá Ali Khamenei ameaçou retomar ataques contra bases dos EUA no Oriente Médio se o Irã voltar a ser atacado. Foto: KHAMENEI.IR / AFP
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Após mais de três semanas de ausência do cenário político, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, apareceu em público neste domingo 24 para mais uma vez rejeitar qualquer negociação direta com os Estados Unidos e pedir unidade diante do que descreveu como esforços dos EUA para “subjugar” seu país.

O líder iraniano compareceu à mesquita de sua residência no centro da capital Teerã. Em seu discurso, o aiatolá Ali Khamenei afirmou que defender negociações diretas com Washington era uma ideia superficial, porque, segundo ele, os EUA teriam a intenção de comandar o país.

“Aqueles que dizem ‘por que vocês não negociam diretamente com os Estados Unidos para resolver seus problemas?’ estão apenas enxergando a superfície. Nossos problemas são insolúveis. Os norte-americanos querem que o Irã esteja sob seu comando”, disse Ali Khamenei.

Seus comentários, publicados em seu site oficial, estão entre suas raras declarações desde o cessar-fogo anunciado por Washington em 24 de junho, que encerrou uma guerra de 12 dias entre Israel e Irã.

O país ainda enfrenta uma instabilidade depois do fim do conflito, que matou mais de 1 mil pessoas e envolveu confrontos armados com Israel e Estados Unidos, culminando na destruição das principais instalações nucleares iranianas.

Pressão de países europeus

A posição do aiatolá surge no momento em que França, Alemanha e Reino Unido afirmaram que poderão acionar o mecanismo de “snapback” se o Irã não retomar as negociações com os EUA até o final de agosto, bem como sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O mecanismo permite o restabelecimento de todas as sanções da ONU contra o Irã, suspensas há dez anos pelo acordo nuclear de 2015. Mas, por enquanto, Teerã não dá sinais de ceder.

O risco de um retorno das sanções da ONU é muito alto, visto que o Irã vive uma situação econômica catastrófica, com inflação anual superior a 50%.

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