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Libéria fecha fronteiras para evitar avanço do ebola

Surto atinge três países do oeste africano e já deixou mais de 670 mortos. Com um possível caso, Nigéria, nação mais populosa da África, também se blinda para evitar entrada do vírus

Em Monrovia, na Libéria, garoto de 10 anos é encaminhado para a quarentena após a morte da mãe, que contraiu o vírus ebola
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Para tentar conter o surto de ebola que já matou mais de 600 pessoas no oeste da África, a Libéria fechou suas fronteiras terrestres nesta segunda-feira, 28, além de restringir eventos públicos e colocar de quarentena comunidades atingidas pela doença.

“O ebola é um problema nacional de saúde sem dúvida. E nós começamos a ver como ele ataca nosso meio de vida com sérias consequências econômicas e sociais”, declarou o presidente da Libéra, Ellen Johnson Sirleaf.

Apenas cinco pontos de saída e entrada do país permanecem abertos, entre eles o aeroporto James Spriggs Payne, na capital Monróvia, e o aeroporto internacional Roberts, a 50 quilômetros da cidade. Nesses locais, centros de prevenção e de testes serão montados para controlar viajantes.

O surto já atinge profissionais de saúde que trabalham para conter a doença. Em mesmo de uma semana, três agentes de saúde foram infectados pelo ebola na Libéria. Um médico americano e uma missionária americana estão entre ele.

No sábado um médico liberiano morreu em Monróvia com o vírus. Além disso, em Serra Leoa, o médico que liderava o combate ao ebola, Sheik Umar Khan, também foi infectado. Segundo o vice-presidente da organização samaritana para qual os americanos trabalhavam, Ken Isaacs, o fato de agentes de saúde serem infectados revela a gravidade do surto que atinge a África Ocidental.

Risco na Nigéria

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que o atual surto de ebola, que já se espalhou pela Guiné, Serra Leoa e Libéria, é o mais mortal da história. Há mais de mil casos suspeitos ou confirmados da doença, e mais de 670 pessoas já morreram.

A preocupação das autoridades agora é evitar que o surto chegue à Nigéria, o país mais populoso da África. Nesta segunda-feira, um hospital na maior cidade nigeriana, Lagos, foi fechado e colocado em quarentena, após a confirmação da morte de um paciente com ebola.

“Nós fechamos o hospital para garantir um ambiente próprio para a quarentena. Alguns funcionários que estavam em contato próximo com a vítima foram isolados”, disse o secretário de saúde da cidade, Jidre Idris.

A vítima era um consultor financeiro da Libéria que chegou a Lagos no dia 20 de julho. Os aeroportos e postos de fronteira nigerianos estão em alerta máximo desde sexta-feira. A OMS afirmou que o voo que trouxe o liberiano a Lagos fez uma escala no Togo.

“A OMS está enviando equipes para Nigéria e Togo para rastrear, em particular, os contatos que a vítima pode ter tido a bordo do avião”, afirmou o porta-voz da organização Paul Garwood.

Especialistas acreditam que o atual surto de ebola começou na Guiné em janeiro, embora os primeiros casos só tenham sido confirmados em março.

CN/rtr/ap/dpa

  • Edição Rafael Plaisant

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