Mundo
Karzai barra ingresso de congressista americano
Rohrabacher quer investigar as finanças da família do presidente afegão que pretende “destruir o país”


Não são somente os argentinos e brasileiros que estão com birra de um país estrangeiro, no caso a Espanha. Lá são mal recebidos, maltratados por serem latino-americanos. Os espanhóis se irritam com esses primos pobres que vêm roubar empregos. E quando a presidente argentina Cristina Kirchner estatiza uma petrolífera espanhola a coisa pega fogo.
Os afegãos, como os brasileiros e argentinos em relação aos espanhóis, também têm razão de sobra para não aguentarem mais os norte-americanos. E, aliás, quem suporta essa gente (mas, claro, poupemos os norte-americanos do bem; eles existem) depois que o mundo foi colocado nas trevas por George W. Bush, cujas retaliações contra os trágicos ataques da Al-Qaeda contra os EUA em 11 de setembro de 2001 foram unicamente bélicos.
Júnior invadiu o Afeganistão em 2001 e o Iraque dois anos mais tarde. E não resolveu absolutamente nada. A coisa só piorou. E continua piorando.
Barack Obama, aquele promissor presidente mestiço, filho de africano, democrata, elegante, também não desfez os males de seu antecessor. Pisa em ovos, e falta-lhe a coragem dos grandes. É provável que ganhe a presidencial, visto que Mitt Romney, seu rival republicano, um mórmon bilionário (religião e dinheiro = sucesso na política norte-americana) dificilmente vencerá.
Um que tem de lidar com esse povo responde por Hamid Karzai, o presidente afegão. Mas ao contrário do governo brasileiro que agora exige passagem de ida e volta dos espanhóis, mais a reserva do hotel ou o convite de um hóspede brasileiro, o congressista republicano californiano Dana Rohrabacher sequer teve o direito de colocar os pés em solo afegão.
O motivo?
Segundo o portal Huffingtonpost, Rohrabacher é partidário de uma investigação das finanças da família Karzai. Pior: o congressista republicano diz que Karzai quer destruir o país. Para ele, o Afeganistão, sempre segundo o Hunffingtonpost, é “demasiado centralizado”, o que é “contrário à cultura do país”.
Rohrabacher alega que as autoridades norte-americanas não foram suficientemente duras com Karzai.
Por essa e outras, o congressista republicano, que pretendia participar da visita ao Afeganistão como parte de uma delegação congressional foi barrado… Ordens, é óbvio, de Karzai.
Até a secretária de Estado, Hillary Clinton, teve de entrar em ação, dada a revolta do republicano. E assim ele teve de ficar em Dubai, onde pelo menos poderá fazer compras.
Tudo acaba bem quando termina bem. Mas, claro, certamente não é essa a percepção de Rohrabacher.
Não são somente os argentinos e brasileiros que estão com birra de um país estrangeiro, no caso a Espanha. Lá são mal recebidos, maltratados por serem latino-americanos. Os espanhóis se irritam com esses primos pobres que vêm roubar empregos. E quando a presidente argentina Cristina Kirchner estatiza uma petrolífera espanhola a coisa pega fogo.
Os afegãos, como os brasileiros e argentinos em relação aos espanhóis, também têm razão de sobra para não aguentarem mais os norte-americanos. E, aliás, quem suporta essa gente (mas, claro, poupemos os norte-americanos do bem; eles existem) depois que o mundo foi colocado nas trevas por George W. Bush, cujas retaliações contra os trágicos ataques da Al-Qaeda contra os EUA em 11 de setembro de 2001 foram unicamente bélicos.
Júnior invadiu o Afeganistão em 2001 e o Iraque dois anos mais tarde. E não resolveu absolutamente nada. A coisa só piorou. E continua piorando.
Barack Obama, aquele promissor presidente mestiço, filho de africano, democrata, elegante, também não desfez os males de seu antecessor. Pisa em ovos, e falta-lhe a coragem dos grandes. É provável que ganhe a presidencial, visto que Mitt Romney, seu rival republicano, um mórmon bilionário (religião e dinheiro = sucesso na política norte-americana) dificilmente vencerá.
Um que tem de lidar com esse povo responde por Hamid Karzai, o presidente afegão. Mas ao contrário do governo brasileiro que agora exige passagem de ida e volta dos espanhóis, mais a reserva do hotel ou o convite de um hóspede brasileiro, o congressista republicano californiano Dana Rohrabacher sequer teve o direito de colocar os pés em solo afegão.
O motivo?
Segundo o portal Huffingtonpost, Rohrabacher é partidário de uma investigação das finanças da família Karzai. Pior: o congressista republicano diz que Karzai quer destruir o país. Para ele, o Afeganistão, sempre segundo o Hunffingtonpost, é “demasiado centralizado”, o que é “contrário à cultura do país”.
Rohrabacher alega que as autoridades norte-americanas não foram suficientemente duras com Karzai.
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