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Justiça examina em fevereiro novo recurso de Assange contra extradição para EUA

O cidadão australiano, de 52 anos, está sendo processado nos Estados Unidos por ter publicado, desde 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas do país americano

As chances de a defesa de Assange reverter a decisão são mínimas - Imagem: Justin Tallis/AFP
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O Tribunal Superior de Justiça de Londres examinará em fevereiro um novo recurso do fundador da plataforma WikiLeaks, Julian Assange, contra sua extradição para os Estados Unidos, onde está sendo processado por vazamento em larga escala de documentos confidenciais, anunciaram seus apoiadores nesta terça-feira (19).

Marcada para 20 e 21 de fevereiro, a audiência “pode ser a última oportunidade de Julian Assange evitar a extradição para os Estados Unidos”, escreveu o grupo de apoio “Free Assange” em um comunicado.

Dois juízes vão revisar a decisão do Tribunal Superior, tomada por um único juiz em 6 de junho passado, de negar a Julian Assange permissão para recorrer, acrescentaram as mesmas fontes.

Depois da audiência de fevereiro, Assange terá “outras oportunidades de defender seu caso” nos tribunais britânicos, “ou terá esgotado todos os recursos, sem possibilidade de recurso adicional no Reino Unido e, portanto, entrará no processo de extradição”.

De qualquer modo, um último recurso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) “continua sendo possível”, observaram seus seguidores.

O cidadão australiano, de 52 anos, está sendo processado nos Estados Unidos por ter publicado, desde 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas do país americano, em particular no Iraque e no Afeganistão.

Assange corre o risco de ser condenado a 175 anos de prisão, acusado de espionagem.

Julian Assange foi preso pela polícia britânica em 2019, depois de passar sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar ser extraditado para a Suécia, acusado de agressão sexual. Ele está há quatro anos na peninteciária de segurança máxima de Belmarsh, leste de Londres.

A campanha “Free Assange” (“Libertem Assange”, em tradução literal) apresenta-o como um mártir da liberdade de imprensa.

O governo britânico aceitou sua extradição em junho de 2022, mas ele recorreu, o que atrasou a execução de sua entrega para os Estados Unidos.

Em julho, sua esposa, Stella Assange, pediu clemência ao presidente americano, Joe Biden, afirmando que “poderia acabar com isso a qualquer momento”.

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