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Justiça determina prisão de policiais em caso de violência na Colômbia

Vídeo mostra que policiais aplicam vários choques com uma arma elétrica em Javier Ordóñez, de 43 anos

Após morte de homem pela polícia, colombianos foram às ruas por crimes contra a humanidade cometidos pelo estado. Foto: Juan BARRETO/AFP
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A Justiça colombiana ordenou a detenção dos policiais suspeitos do assassinato de Javier Ordóñez durante sua prisão em 9 de setembro. A brutalidade dos agentes gerou protestos que deixaram pelo menos 12 mortos, informou a promotoria nesta quinta-feira 17.

 

Sem identificar quem ou quantos agentes serão detidos, um porta-voz da promotoria confirmou à imprensa a “emissão dos mandados” e o “procedimento de detenção” em andamento.

Ordóñez, de 43 anos, morreu após receber uma punição brutal de dois policiais em Bogotá.

Cinco outros agentes também foram vinculados à investigação. Um vídeo que viralizou mostra que os policiais aplicam vários choques com uma arma elétrica no homem estirado no chão, ignorando os seus apelos.

Embora não haja registro do que aconteceu a seguir, sua família e amigos dizem que Ordóñez morreu antes de chegar ao hospital devido a uma surra adicional dos uniformizados.

A defesa da vítima pede que os policiais sejam processados por “tortura” e “homicídio qualificado”.

Segundo a primeira versão da polícia, Ordóñez teria resistido à prisão por iniciar uma briga. A família conta que os agentes o abordaram quando ele saía para comprar bebidas na companhia de dois amigos.

O pai de dois meninos, de 11 e 15 anos, empresário e estudante de Direito, era desconhecido até 9 de setembro. Mas seu rosto se tornou o símbolo de protestos grandes e violentos contra a violência policial que deixaram 12 mortos, 258 civis feridos, 315 policiais feridos e 95 postos de comando atacados.

A prefeita de Bogotá, Claudia López, denunciou que alguns agentes recorreram ao “uso indiscriminado da força” e “armas de fogo” durante as manifestações.

A polícia disse que 58 deles estão sendo investigados por supostamente atirar em manifestantes.

O caso de Ordóñez evocou o do afro-americano George Floyd. Sua morte em maio, sufocado em Minneapolis por um policial branco que ignorou seus apelos enquanto o prendia, gerou uma onda de protestos nos Estados Unidos.

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