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Justiça decreta prisão preventiva de juíza que anulou ordem contra Evo Morales na Bolívia
Lilian Moreno será levada para a prisão de Palmasola, em Santa Cruz, onde vive
A Justiça da Bolívia determinou nesta terça-feira 30 dias de prisão preventiva para a juíza Lilian Moreno, que anulou na semana passada as acusações e uma ordem de prisão contra o ex-presidente Evo Morales, acusado de tráfico de menor, anunciaram seus advogados.
Na última sexta-feira, o juiz Franz Zabaleta suspendeu a decisão da colega. Lilian será levada para a prisão de Palmasola, em Santa Cruz, onde vive, informou sua defesa.
A juíza é acusada de desobediência a decisões judiciais e não cumprimento de deveres na proteção de mulheres em situação de violência, informou a estatal Agência Boliviana de Informação.
“É uma medida extrema, abusiva, que foi imposta apenas para amedrontá-la”, criticou Silvestre Ibáñez, advogado da juíza, em entrevista ao canal estatal Bolivia TV.
O Conselho da Magistratura manifestou na segunda-feira que havia indícios de “falta gravíssima” tanto de Lilian quanto de Zabaleta, uma vez que eles não teriam autoridade para decidir sobre a competência de outros juízes. O último, no entanto, não teve a mesma sorte da colega, uma vez que não foi denunciado e que o Ministério da Justiça chegou a defender a sua atuação.
Evo Morales, 65 anos, presidiu a Bolívia entre 2006 e 2019 e está refugiado na região cocaleira de Chapare, no centro do país, de onde dirige sua campanha eleitoral para as eleições de agosto.
Morales aspira a um quarto mandato presidencial, apesar de um veredito constitucional estabelecer um máximo de dois. Uma ordem de prisão está em vigor contra ele.
Segundo o Ministério Público, o ex-presidente manteve em 2015 um relacionamento com uma adolescente de 15 anos, com quem teve uma filha um ano depois.
A acusação sustenta que Morales teria concedido benefícios aos pais da menina em troca da filha, que fazia parte da “guarda juvenil” do então partido do ex-chefe de Estado. Morales nega as acusações.
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