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Justiça decreta prisão preventiva de juíza que anulou ordem contra Evo Morales na Bolívia

Lilian Moreno será levada para a prisão de Palmasola, em Santa Cruz, onde vive

Justiça decreta prisão preventiva de juíza que anulou ordem contra Evo Morales na Bolívia
Justiça decreta prisão preventiva de juíza que anulou ordem contra Evo Morales na Bolívia
Evo Morales lança o partido Evo Pueblo, em Cochabamba, Bolívia, em 29 de março de 2025. Foto: Fernando Cartagena/AFP
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A Justiça da Bolívia determinou nesta terça-feira 30 dias de prisão preventiva para a juíza Lilian Moreno, que anulou na semana passada as acusações e uma ordem de prisão contra o ex-presidente Evo Morales, acusado de tráfico de menor, anunciaram seus advogados.

Na última sexta-feira, o juiz Franz Zabaleta suspendeu a decisão da colega. Lilian será levada para a prisão de Palmasola, em Santa Cruz, onde vive, informou sua defesa.

A juíza é acusada de desobediência a decisões judiciais e não cumprimento de deveres na proteção de mulheres em situação de violência, informou a estatal Agência Boliviana de Informação.

“É uma medida extrema, abusiva, que foi imposta apenas para amedrontá-la”, criticou Silvestre Ibáñez, advogado da juíza, em entrevista ao canal estatal Bolivia TV.

O Conselho da Magistratura manifestou na segunda-feira que havia indícios de “falta gravíssima” tanto de Lilian quanto de Zabaleta, uma vez que eles não teriam autoridade para decidir sobre a competência de outros juízes. O último, no entanto, não teve a mesma sorte da colega, uma vez que não foi denunciado e que o Ministério da Justiça chegou a defender a sua atuação.

Evo Morales, 65 anos, presidiu a Bolívia entre 2006 e 2019 e está refugiado na região cocaleira de Chapare, no centro do país, de onde dirige sua campanha eleitoral para as eleições de agosto.

Morales aspira a um quarto mandato presidencial, apesar de um veredito constitucional estabelecer um máximo de dois. Uma ordem de prisão está em vigor contra ele.

Segundo o Ministério Público, o ex-presidente manteve em 2015 um relacionamento com uma adolescente de 15 anos, com quem teve uma filha um ano depois.

A acusação sustenta que Morales teria concedido benefícios aos pais da menina em troca da filha, que fazia parte da “guarda juvenil” do então partido do ex-chefe de Estado. Morales nega as acusações.

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