Mundo
Justiça da Turquia ordena libertação de oito jornalistas, incluindo fotógrafo da AFP
Os profissionais da imprensa foram presos sob acusações de participação nos protestos contra o presidente Erdogan; detenções provocaram fortes críticas internacionais
A Justiça da Turquia ordenou nesta quinta-feira 27 a libertação de oito jornalistas, incluindo o fotógrafo da AFP Yasin Akgül, que haviam sido acusados de participação nos grandes protestos que abalam o país, informaram seus advogados.
Os jornalistas foram detidos no contexto de uma onda de protestos iniciada com a detenção, em 19 de março, do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, o principal rival político do presidente Recep Tayyip Erdogan.
Entre os oito repórteres que serão libertados estão o fotógrafo Bülent Kiliç, ex-funcionário da AFP, e um jornalista de Izmir, terceira maior cidade do país, onde dois jornalistas continuam detidos, segundo a associação turca de defesa dos direitos humanos MLSA.
A libertação dos jornalistas detidos em Istambul acontecerá nas próximas horas, segundo os advogados.
Yasin Akgül, de 35 anos, e os outros sete jornalistas turcos foram detidos na madrugada de segunda-feira 24 em suas residências, acusados de participação nos protestos proibidos pelo governo. As detenções provocaram muitas críticas internacionais.
A ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) expressou “alívio” com o anúncio da libertação dos jornalistas e exigiu a liberação dos outros dois que continuam sob custódia das autoridades de Izmir.
As autoridades turcas, que proibiram as concentrações em várias cidades do país, anunciaram a detenção de mais de 1.400 manifestantes desde o início dos protestos, os mais importantes na Turquia desde 2013.
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