Justiça chilena condena sete militares da reserva por assassinato na ditadura

Tribunal máximo do país condenou sete oficiais da reserva do Exército do Chile a penas de 8 a 25 anos de prisão

Jara foi torturado e assassinado com 44 tiros após ser detido na Universidade Técnica do Estado. Foto: Claudio Santana/AFP

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A Suprema Corte condenou sete militares da reserva a penas de até 25 anos de prisão pelo sequestro e assassinato do cantor e compositor Víctor Jara, poucos dias após o início da ditadura de Augusto Pinochet em 11 de setembro de 1973.

Em uma decisão unânime, a duas semanas do 50º aniversário do golpe de Estado que derrubou o socialista Salvador Allende, o tribunal máximo do país condenou sete oficiais da reserva do Exército do Chile a penas de 8 a 25 anos de prisão pelo assassinato de Jara, uma das vozes mais reconhecidas da música popular da América Latina.

A sentença, em resposta a um recurso apresentado pelos acusados, também considera o assassinato e o sequestro do ex-diretor de prisões Littré Quiroga, que esteve detido junto com Jara no que então era chamado de Estádio Chile, no centro de Santiago, para onde alguns opositores foram levados após a instalação do regime de Pinochet.

A decisão impôs 15 anos de prisão pelos homicídios de Jara e Littré, e 10 anos por ambos os sequestros, aos oficiais da reserva do Exército Raúl Jofré, Edwin Dimter, Nelson Haase, Ernesto Bethke, Juan Jara e Hernán Chacón, e oito anos como cúmplice a Rolando Melo.

Os condenados têm entre 73 e 85 anos e todos estão em liberdade.

Militante do Partido Comunista, Jara foi torturado e assassinado com 44 tiros após ser detido na Universidade Técnica do Estado, onde lecionava, dias após o golpe.


Littré Quiroga era diretor nacional de prisões e também militante do Partido Comunista. Seu corpo, também com sinais de tortura, foi encontrado ao lado do corpo de Víctor Jara em um terreno próximo a uma ferrovia.

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