Mundo
Justiça argentina exige pagamento bilionário de Cristina Kirchner e outros condenados
A defesa de Kirchner ainda não informou se ela vai recorrer da medida


Um tribunal argentino ordenou nesta terça-feira 15 que Cristina Kirchner e outros oito condenados por corrupção paguem juntos uma quantia em pesos argentinos equivalente a R$ 2,9 bilhões, segundo uma decisão divulgada pela imprensa local.
Em junho, a ex-presidente Kirchner (2007-2015) foi condenada a seis anos de prisão e inelegibilidade política perpétua por administração fraudulenta na concessão de obras viárias durante o seu mandato. Atualmente ela cumpre pena em prisão domiciliar.
Após uma análise feita por peritos oficiais sobre os “danos causados ao erário público”, o tribunal determinou nesta terça que Kirchner e os demais condenados paguem todos juntos a soma de 684,99 bilhões de pesos argentinos (R$ 2,9 bilhões de reais).
A decisão não especifica quanto cada um deve pagar.
O valor “deverá ser depositado à conta e ordem do tribunal no prazo de dez dias úteis”, destaca a decisão, prazo que se estende até 13 de agosto devido ao recesso do Poder Judiciário.
Caso contrário, a Justiça confiscará dinheiro e leiloará propriedades embargadas dos condenados, conforme o documento.
Em seu último depoimento ao Escritório Anticorrupção em 2023, Cristina Kirchner declarou um patrimônio de quase 250 milhões de pesos (hoje equivalentes a aproximadamente 1 milhão de reais). Segundo informações da imprensa local, ela também possuía várias propriedades imobiliárias, que transferiu a seus dois filhos há alguns anos.
A defesa de Kirchner ainda não informou se ela vai recorrer da medida.
Além da ex-presidente, foram condenados no caso o empresário Lázaro Báez e os ex-funcionários José López, Nelson Periotti, Mauricio Collareda, Raúl Daruich, Juan Carlos Villafañe, Raúl Pavesi e José Santibáñez, todos com penas de entre três anos e meio e seis anos de prisão.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Em derrota para Milei, senado da Argentina decide por aumento nas aposentadorias
Por CartaCapital
Justiça argentina processa ex-presidente Alberto Fernández por suspeita de corrupção
Por AFP