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Justiça amplia investigação contra presidente do Peru por suposta lavagem de dinheiro

A suposta prática dos crimes teria acontecido durante a campanha eleitoral do partido Peru Livre, em 2021

A nova presidente do Peru, Dina Boluarte. Foto: Presidencia Perú
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A Justiça peruana anunciou na terça-feira (28) que ampliou um investigação contra a presidente Dina Boluarte por suposta lavagem de dinheiro, no que teria sido um financiamento ilegal da campanha de 2021 do partido de esquerda que ela integrava ao lado do chefe de Estado destituído Pedro Castillo.

“A primeira Promotoria Supraprovincial Especializada em Crimes de Lavagem de Dinheiro ampliou a investigação contra Pedro Castillo, Dina Boluarte e Henry Shimabukuro pelos crimes de financiamento ilegal de organizações políticas, lavagem de dinheiro e organização criminosa”, afirmou a instituição no Twitter.

“A suposta prática dos crimes teria acontecido durante a campanha eleitoral do (partido) Peru Livre em 2021”, quando Castillo disputou a presidência peruana e Boluarte o cargo de vice-presidente na mesma chapa, informou a Promotoria.

O promotor do caso, Richard Rojas, tomou a decisão depois que Shimabukuro, ex-conselheiro presidencial de Castillo, declarou na terça-feira que tem provas de que Boluarte estava a par de supostas irregularidades na arrecadação de fundos eleitorais.

Os três políticos eram investigados por este caso desde outubro de 2021, quando surgiram as primeiras denúncias de financiamento ilegal. Na ocasião, Castillo já era presidente e Boluarte a vice-presidente.

O ex-conselheiro, de acordo com a imprensa local, entregou ao promotor áudios, fotografias e diálogos do aplicativo de mensagens WhatsApp com a participação de Boluarte.

O anúncio da Promotoria aconteceu dois dias antes de o Congresso, controlado pela direita e atualmente aliado de Boluarte, debater na quinta-feira a admissão de uma moção de destituição da presidente apresentada pela bancada parlamentar de esquerda.

A moção não deve ser aprovada porque exige 52 votos e a esquerda tem apenas 35 cadeiras no Parlamento.

Boluarte também é alvo de outra investigação desde janeiro, por suposto crime de “genocídio” após a violenta repressão para impedir os protestos que exigiam sua renúncia, depois que ela assumiu a presidência em dezembro.

Desde o início dos protestos, em dezembro, 49 civis morreram nos confrontos, assim como sete funcionários das forças de segurança, de acordo com a Defensoria do Povo.

Boluarte foi a vice-presidente do país até 7 de dezembro, quando o Congresso destituiu Castillo depois que ele tentou fechar o Parlamento, intervir no sistema judicial e governar por decreto.

Castillo, que era investigado por corrupção, cumpre uma pena de 36 meses de prisão preventiva ordenada por um juiz pela acusação de rebelião.

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