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Juíza mantém suspensão do veto de Trump a estudantes estrangeiros em Harvard
O presidente suspendeu a autorização para matricular estudantes estrangeiros, que, no último ano letivo, representavam 27% do corpo discente


Uma juíza prorrogou nesta segunda-feira 16 a ordem judicial que suspende o veto de Donald Trump à aceitação de estudantes estrangeiros em Harvard, no contexto de sua campanha contra as universidades de elite dos Estados Unidos.
Entre os ataques de Trump contra Harvard, a universidade mais antiga dos Estados Unidos e uma das mais prestigiadas do mundo, está a suspensão da autorização para matricular estudantes estrangeiros, que, no último ano letivo, representavam 27% do corpo discente.
Harvard recorreu à Justiça contra o Departamento de Segurança Interna e outros órgãos para bloquear essas medidas, alegando serem ilegais e inconstitucionais.
A juíza federal Allison Burroughs prorrogou nesta segunda-feira, durante uma audiência realizada em Boston, uma ordem anterior que suspendia temporariamente a decisão do governo.
“O tribunal está considerando o caso. A ordem de restrição temporária atual permanecerá em vigor até 23 de junho”, escreveu o secretário do tribunal no registro eletrônico do processo.
A partir dessa data, a juíza deve decidir se prorroga a medida ou emite uma decisão definitiva.
Nos seus recursos judiciais, Harvard afirma que as ações de Trump fazem parte de “uma campanha coordenada e crescente de retaliação” devido à recusa da administração da universidade em permitir que o governo federal interfira em sua “governança, planos de estudo e controle ideológico” sobre professores e alunos.
Diferentemente de outras instituições acadêmicas, Harvard recorreu aos tribunais para tentar anular medidas que, segundo o governo, buscam combater o antissemitismo e revogar políticas de diversidade, equidade e inclusão.
Além do veto aos estudantes estrangeiros, que representam uma importante fonte de receita, o governo federal congelou mais de 3,2 bilhões de dólares (R$ 17,6 bilhões) em subsídios e contratos firmados com a universidade, excluiu Harvard de futuros financiamentos federais e reduziu drasticamente os recursos destinados a projetos de pesquisa.
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