Juiz conservador da Suprema Corte dos EUA aceitou presentes de milionário, diz revista

As revelações são 'assombrosas', afirmou a associação Fix The Court, que faz campanha por uma reforma do tribunal

O juiz Clarence Thomas, da Suprema Corte dos EUA. Foto: Olivier Douliery/AFP/Getty Images

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O mais conservador dos juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos, Clarence Thomas, aceitou por mais de 20 anos estadias de luxo financiadas por um milionário conhecido por suas doações ao Partido Republicano, segundo uma investigação da imprensa publicada nesta quinta-feira 6.

A revista investigativa online ProPublica diz ter entrevistado “dezenas de pessoas” e revisado documentos internos para mostrar que o magistrado aceitou presentes de luxo do empresário Harlan Crow sem declará-los.

Revelações “assombrosas”, diz em uma nota a associação Fix The Court, que faz campanha por uma reforma da Suprema Corte.

Isso confirma, segundo ela, a necessidade de “uma reinvenção total, dirigida pelos congressistas, de suas responsabilidades, quando se trata de medidas básicas de controle” e, em particular, regras mais rígidas sobre os presentes recebidos por seus membros.

A amizade entre o juiz e o magnata do setor imobiliário já foi tema de uma matéria do jornal The New York Times em 2011, que a descreveu como “incomum e eticamente delicada”.

E não é a primeira vez que o juiz se vê mergulhado em uma polêmica. Sua esposa, Ginni, esteve envolvida na cruzada do ex-presidente republicano Donald Trump para demonstrar, sem provas, que a eleição presidencial de 2020, vencida pelo democrata Joe Biden, teria sido roubada.


Em sua investigação, a ProPublica afirma ainda que Clarence Thomas vai quase todos os verões para uma propriedade do empresário nas Adirondacks, no estado de Nova York, e que o acompanhava ao Bohemian Grove, na Califórnia, um clube de elite exclusivamente masculino reservado a políticos, artistas, celebridades e empresários.

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