Mundo
Juan Guaidó teria pedido para mercenários capturarem Nicolás Maduro
Um dos aliados de Guaidó afirmou que contratação de mercenários americanos seria paga com dinheiro do petróleo venezuelano
Um plano para sequestrar o presidente venezuelano Nicolás Maduro estava no horizonte de mercenários capturados pelas forças armadas venezuelanas nesta semana, segundo revelou uma reportagem publicada pelo jornal americano The Washington Post e reiterada pelo depoimento dos presos.
Juan José Rendón, um dos braços direito do autointitulado presidente Juan Guaidó e chefe de seu comitê de estratégia, revelou que os opositores negociaram com um grupo paramilitar norte-americano um acordo para capturar Maduro e outros manda-chuvas do regime venezuelano.
Rendón se justificou dizendo que foi feita apenas uma abordagem inicial e uma discussão de valores, cujos contratos chegariam a US$ 212 milhões, aproximadamente. Os mercenários seriam pagos posteriormente com o dinheiro proveniente da exportação de petróleo da Venezuela, que possui uma das maiores e mais cobiçadas reservas do “ouro negro” do mundo.
O canal da rede venezuelana de TV, a VTV, publicou uma série de vídeos que mostraria um dos supostos invasores americanos capturados pelas forças armadas no domingo. Segundo o interlocutor, que se chamaria Erin Berry, o responsável pelo plano seria o ex-militar americano Jordan Goudreau.
Na segunda-feira, o Ministério Público acusou o líder opositor Juan Guaidó de ter contratado os supostos mercenários, com recursos venezuelanos. O país enfrenta duras sanções econômicas dos Estados Unidos, apoiadores de Guaidó.
“Este contrato é público. Podemos ver a assinatura do cidadão Juan Guaidó (…) e de Jordan Goudreau”, afirmou, referindo-se a um documento publicado pela jornalista Patricia Poleo, baseada em Miami. Na entrevista ao The Washington Post, o articulista de Guaidó confirmou as informações, e acrescentou dizendo que a empresa de Goudreau, a Silvercorp, teria 800 homens disponíveis para o ataque caso assim fosse ordenado.
Rendón declarou, também, que nunca havia dado “sinal verde” para que a invasão ocorresse, e que os planos estavam congelados desde novembro. O jornal disse ter tido acesso a um áudio no qual Guaidó diz que esta era a coisa certa a se fazer pela Venezuela.
Em resposta, o governo dos Estados Unidos, liderados por Donald Trump, afirmou que usará “de todas as opções disponíveis” para repatriar os dois americanos detidos na Venezuela e nega o envolvimento no plano denunciado pelos mercenários.
“Se o regime de Maduro decidir mantê-los detidos, usaremos todas as ferramentas que temos disponíveis para tentar trazê-los de volta”, disse o secretário de estado, Mike Pompeo, a repórteres.
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