Jovem que matou manifestantes antirracistas nos EUA ‘causou’ a tragédia, diz promotor

Kyle Rittenhouse se juntou a homens armados que haviam ido "proteger" suas empresas. Em circunstâncias confusas, ele abriu fogo

Então com 17 anos, Kyle Rittenhouse se juntou a homens armados que se autodenominavam "grupos de autodefesa" (Foto: POOL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

Apoie Siga-nos no

O estudante branco que matou duas pessoas em meio aos protestos antirracistas nos Estados Unidos de agosto de 2020 não pode alegar legítima defesa porque ele mesmo “criou o perigo” que reinava durante o incidente, afirmou a Promotoria nesta segunda-feira 15 em sua acusação.

Ao decidir o veredicto, é preciso “levar em conta que o acusado causou o incidente” porque, de acordo com a lei vigente no estado de Wisconsin, “não se pode reivindicar legítima defesa contra um perigo que você próprio cria”, disse o promotor distrital Thomas Binger.

Em uma encenação, Binger segurou o rifle AR-15 semiautomático que Kyle Rittenhouse, então com 17 anos, levava na noite da tragédia nas ruas de Kenosha, cidade abalada por distúrbios após um erro policial.

Mantendo a assembleia judicial em suspense, o promotor lembrou que a primeira pessoa assassinada pelo estudante do ensino médio “não gostou de vê-lo apontando uma arma” para a multidão, o que explica por que ele começou a perseguir o jovem.

Em 23 de agosto de 2020, quando os Estados Unidos eram palco de gigantescas manifestações contra o racismo e a violência policial, Kenosha explodiu em chamas, quando policiais brancos feriram gravemente um jovem negro, Jacob Blake, com um tiro nas costas.

 


Na terceira noite dos distúrbios, Rittenhouse se juntou a homens armados que haviam ido “proteger” suas empresas dos rebeldes. Em circunstâncias confusas, ele abriu fogo, matando dois manifestantes e ferindo um.

Acusado de assassinato, Rittenhouse se declarou inocente, alegando ter “se defendido” de agressões. “Eu só queria deter as pessoas que me atacaram”, disse ele em meio a lágrimas no banco das testemunhas.

No entanto, para o promotor, Kyle Rittenhouse “estava procurando emoção” e “sabia que haveria violência naquela noite”.

Espera-se que os advogados de defesa apresentem seu caso mais tarde, e os jurados terão que se reunir separadamente para deliberar.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.