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Jornalistas de TV do Equador recebem envelopes com explosivos

Guayaquil, um dos portos de exportação de cocaína para a Europa, é o epicentro de disputas violentas entre gangues de narcotraficantes

Ação da polícia após um explosivo ser detonado na Ecuavisa. Foto: Polícia Nacional do Equador/AFP
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Jornalistas de três emissoras de televisão do Equador receberam, nesta segunda-feira 20, envelopes com pen drives carregados com explosivos, e um deles explodiu diante de um repórter, sem provocar ferimentos graves.

A emissora privada Ecuavisa alertou que o jornalista Lenin Artieda recebeu um envelope com um pen drive e que, ao inseri-lo em um computador, “explodiu”.

Artieda, que trabalha em Guayaquil, “aparentemente sofreu algum problema na mão e escoriações leves no rosto, mas nada complexo”, disse à imprensa o chefe nacional de Criminalística da Polícia, Xavier Chango.

Guayaquil, um dos principais portos de exportação de cocaína para a Europa, é o epicentro de disputas violentas entre gangues de narcotraficantes.

Jornalistas da TC Televisión, de Guayaquil, e da Teleamazonas, de Quito, também receberam envelopes com pen drives que continham explosivos.

A ONG Fundamedios, que promove a liberdade de imprensa no país, explicou que “o mesmo modus operandi foi utilizado nos atentados”.

“Chegaram envelopes com etiquetas com os nomes dos jornalistas Lenin Artieda, de Ecuavisa; Mauricio Ayora, de TC Televisión; e Milton Pérez, de Teleamazonas. Dentro dos envelopes havia um pen drive“, detalhou a Fundamedios em um comunicado.

O chefe policial comentou que a carga usada no dispositivo que explodiu na Ecuavisa poderia ser “RDX”, “um explosivo de tipo militar”.

A polícia informou sobre um possível quarto envelope com explosivos, mas não o confirmou.

Depois dos ataques, o MP abriu uma investigação por crime de terrorismo, punido com até 13 anos de prisão.

O governo, por sua vez, manifestou-se através de um comunicado da Secretaria-Geral de Comunicação. “O governo nacional rechaça de forma categórica todo tipo de ato violento perpetrado contra jornalistas e meios de comunicação”, diz a nota.

Já o Comitê Permanente pela Defesa dos Direitos Humanos de Guayaquil expressou preocupação pelos “ataques contra jornalistas” no contexto da insegurança crescente no país.

No ano passado, o canal RTS foi atacado com disparos e, em 2020, um artefato explodiu nas instalações da Teleamazonas.

O Equador vive uma forte onda de violência que cresceu com as apreensões de drogas. Além disso, o índice de mortes violentas passou de 14 para cada 100 mil habitantes em 2021 para 25 por 100 mil em 2022.

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