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Jornalista ferido a tiros morre em Honduras, o quarto assassinado em 2022
Para o Comitê pela Liberdade de Expressão, o assassinato “aconteceu pelo trabalho que Ricardo fazia (…) ligado aos movimentos sociais” na região sul do país


Um jornalista morreu no domingo em Honduras, poucos dias depois de ter sido ferido a tiros, o quarto profissional da imprensa assassinado no país desde o início do ano e o número 97 desde 2001.
A diretora executiva do Comitê pela Liberdade de Expressão (‘C-Libre’) , Amada Ponce, disse à AFP que “Ricardo Alcides Avila, de 25 anos, morreu em um hospital de Tegucigalpa”, depois de ter sido baleado na cabeça na quarta-feira por homens não identificados no sul do país.
Ponce afirmou que Avila era jornalista e cinegrafista do canal de televisão e rádio Metro da cidade de Choluteca, 85 km ao sul da capital.
“Na manhã de 26 de maio, ele se deslocava de sua casa, na comunidade de Santa Cruz, para o trabalho, em Choluteca, e foi interceptado por desconhecidos que atiraram contra ele à queima-roupa”, disse.
Ávila foi transferido para um hospital da capital. Horas depois, a polícia anunciou que ele foi vítima de uma ação criminosa comum.
“C-Libre conseguiu confirmar que não foi um assalto. No local, a mochila dele foi encontrada com 9.000 lempiras (cerca de 367 dólares), seu telefone celular, seus documentos pessoais, as chaves e a motocicleta (em que viajava) completamente ilesa”, afirmou Ponce.
Para o C-Libre, o assassinato “aconteceu pelo trabalho que Ricardo fazia (…) ligado aos movimentos sociais” na região sul do país.
Amada Ponde disse que alguns dias antes de ser ferido, Avila contou aos colegas de trabalho que teve que trocar de telefone porque acreditava que havia sido “hackeado”.
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