Mundo
Jeffrey Epstein se suicidou e não há evidências de ‘lista de clientes’, diz Justiça dos EUA
O empresário foi preso por liderar uma rede de abuso sexual de menores em 2019, mas morreu um mês depois


O Departamento de Justiça dos EUA afirmou, nesta segunda-feira 7, que Jeffrey Epstein morreu por suicídio e que não há evidências de que o empresário, acusado de ter abusado de mais de 250 meninas menores de idade e de operar uma rede de exploração sexual, mantinha uma “lista de clientes” que usaria para chantagens.
Em um comunicado, co-assinado pelo FBI, o DoJ afirma não ter encontrado a suposta lista mesmo após uma “revisão exaustiva dos registros investigativos relacionados a Jeffrey Epstein” e buscas digitais e físicas, que coletaram mais de 300 gigabytes de dados e evidências físicas.
“Essa revisão sistemática não revelou nenhuma ‘lista de clientes’ incriminadora. Também não foram encontradas evidências credíveis de que Epstein tenha chantageado indivíduos influentes como parte de suas ações. Não descobrimos evidências que justificassem a abertura de investigação contra terceiros que não foram acusados”, afirma o texto.
A existência da suposta lista há anos provoca burburinho nas redes sociais. Em fevereiro, o governo dos EUA chegou a divulgar uma série de arquivos sobre a investigação do caso e a procuradora-geral Pam Bondi, em entrevista, chegou a afirmar que uma lista estava em sua “mesa para ser revisada”.
O Departamento de Justiça afirmou que o empresário prejudicou mais de mil vítimas, confirmação que se deu a partir da análise de mais de mil vídeos e imagens baixados de material ilegal de abuso sexual infantil e outras formas de pornografia. Epstein foi preso em 2019, mas tirou a própria vida dentro da prisão um mês após ser detido.
Também foram rechaçadas teorias de que o empresário teria sido assassinado. Segundo o DoJ, além das investigações em curso e o laudo da autópsia, o vídeo da câmera de segurança da área comum da cela onde Epstein estava detido mostrariam que ninguém entrou na cela até o momento de sua morte.
O nome do empresário voltou às manchetes depois de uma briga protagonizada, em junho, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o bilionário Elon Musk. Na ocasião, Musk disse que Trump estaria ligado ao escândalo.
Ao longo das investigações, mais de 150 nomes foram citados no processo, entre eles o do ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton e o do príncipe britânico Andrew. O nome de Trump aparece entre os registros de voo ligados ao empresário, mas não há evidência de que o presidente tenha envolvimentos em crimes ligados a Epstein. Trump e Epstein foram amigos entre as décadas de 1990 e 2000.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Os percalços de Musk em sua aventura pelo ‘Partido da América’
Por André Lucena
Trump anuncia tarifas adicionais de 25% ao Japão e à Coreia do Sul
Por CartaCapital
‘Dê palpite na sua vida e não na nossa’, diz Lula a Trump
Por Vinícius Nunes