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Já presente no Brasil, variante Delta vira preocupação mundial

Países relatam maior transmissibilidade e alta nos casos de Covid

Profissional da saúde realiza teste nasal para a Covid-19 em estudante na cidade de Nova York, nos EUA. Foto: Angela Weiss/AFP
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A variante Delta do coronavírus, que preocupa o exterior, já está no Brasil. O 1º infectado da cidade de São Paulo foi confirmado nesta semana. O paciente apresentou sintomas leves, passa bem e está em casa, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde. Outras três pessoas que residem com o contaminado também apresentaram sintomas na mesma época e também estão em domicílio.

 

O órgão ainda investiga a forma de transmissão da doença no paciente confirmado. Segundo a pasta, a pessoa trabalha em casa, diz não ter viajado e nega ter tido contato com pessoas que viajaram. Porém, as outras pessoas que moram com ele tiveram contato com outros. As amostras dos três familiares para análise do Instituto Butantan.

No Rio de Janeiro, a Secretaria de Saúde também confirmou dois novos casos, em um homem de 30 anos e uma mulher de 22, nas cidades de Seropédica e São João de Meriti. Os dois municípios também não informaram ainda qual a forma de transmissão.

O Ministério da Saúde confirmou em 27 de junho as primeiras mortes pela variante no País. Foram duas vítimas fatais: uma gestante de 42 anos, morta há mais de dois meses no Paraná; e um homem de 54 anos do Maranhão. Nesta terça, a pasta informou que foram notificados 15 casos da variante no Brasil, sendo seis no navio que esteve na costa do Maranhão, três no Rio de Janeiro, um em Minas Gerais, dois no Paraná, dois em Goiás e um em São Paulo.

“Os dados coletados até o momento não demonstram circulação comunitária, no entanto, é importante ressaltar que as investigações estão em andamento”, diz nota.

A variante Delta foi detectada pela 1ª vez na Índia, em outubro de 2020. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, essa variante é a mais transmissível das identificadas até agora e circula em pelo menos 85 países. Entre os indianos, a média de novos casos esteve menor que a faixa de 50 mil diários por mais de uma semana, mas o aumento preocupa em países como Rússia, Iraque, Irã, Bangladesh, Mianmar, Malásia, Indonésia e Tailândia, reportou o India Today na segunda-feira 5.

O diário reportou que um estudo conduzido no país apontou falta de eficácia contra a variante em 8 vacinas antiCovid. A pesquisa, que ainda não foi submetida à revisão por pares, teve a participação de mais de 100 profissionais de saúde em três centros da Índia, com cientistas  do Instituto Cambridge de Imunologia e Doenças Infecciosas. Segundo o India Today, o relatório afirma que a variante tem mais facilidade para se fixar nas células epiteliais nos pulmões, podendo, assim, infectar mais pessoas.

O noticiário estatal Russia Today disse nesta terça-feira 6 que a Rússia bateu recorde de mortes nas últimas 24 horas, com 737 vítimas fatais, mediante um aumento explosivo” da variante Delta. Na capital, Moscou, o prefeito Sergey Sobyanin informou que 90% das novas infecções da cidade eram devidas à nova variante. Segundo ele, a situação estava “se deteriorando rapidamente” e que o aumento repentino de casos foi “bastante inesperado”, dado os níveis de imunidade estimados anteriormente na população.

Em Israel, o Ministério da Saúde informou na segunda que a vacina Pfizer/BioNTech tem se mostrado menos eficaz com a variante, com queda entre 30% a 64%. Um estudo deve analisar as propriedades da vacina. De acordo com o periódico The Times of Israel, mais de 90% dos novos casos são atribuídos à Delta. No país de 9 milhões de pessoas, cerca de 2,8 mil casos estão acumulados.

Para a OMS, a nova cepa será dominante na Europa até agosto.

O Reino Unido, que está prestes a suspender restrições, em 19 de julho, também manifestou receio. O primeiro-ministro Boris Johnson pediu consciência para os britânicos, já que o aumento de contágios pela variante pode subir no país. O governo já prevê alta em hospitalizações e mortes por Covid. No dia 12 de julho, a decisão sobre a suspensão das restrições deve ser oficializada, segundo a Euronews.

O porta-voz do governo da França, Gabriel Attal, disse no início da semana que o país pode passar pela 4ª onda da Covid-19 devido à nova variante. “Na última semana, a epidemia voltou a ganhar terreno”, disse Attal à rádio France Inter. Com olhos no Reino Unido, a França cogita uma nova onda até o fim deste mês, conforme alertou o ministro da Saúde Olivier Véran, no Twitter, no fim de semana.

Nos Estados Unidos, a variante foi chamada de “a maior ameaça à luta contra a pandemia” no país, pelo conselheiro médico da Casa Branca Anthony Fauci, reportou a emissora CNBC. Cerca de 25% dos novos casos são da Delta. Atualmente, somente 157 milhões de pessoas estão vacinadas no país, metade da população total. O presidente Joe Biden chegou ao 4 de julho sem bater a meta que havia prometido, de vacinar 70% dos americanos, atingindo uma marca 3% menor.

A TV informou que médicos americanos perceberam sintomas como perda auditiva nos pacientes, mas ainda não há certeza de que são efeitos temporários ou permanentes. A Bloomberg já havia divulgado estudo em junho que incluía o sintoma entre outros 8 possíveis, entre eles, gangrena e distúrbios gástricos.

Pelo menos outros 6 países latino-americanos já detectaram a variante além do Brasil: Argentina, Chile, Cuba, Equador, México e Peru.

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