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Itamaraty destaca caráter ‘pacífico’ das eleições na Venezuela, mas cobra dados de mesas de votação
Segundo o ministério, este seria um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”


Em meio ao impasse entre o governo chavista e a oposição, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que está “acompanhando com atenção” o processo de apuração dos votos nas eleições presidenciais na Venezuela.
Em nota divulgada na manhã desta segunda-feira 19, a pasta chefiada por Mauro Vieira fez questão de destacar que espera que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão máximo do sistema eleitoral venezuelano, divulgue os dados desagregados por mesa de votação.
Segundo o ministério, esse é um “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
Na madrugada de hoje, Nicolás Maduro foi declarado vencedor da eleição no país vizinho. A oposição, porém, não reconheceu o resultado e acusou fraude.
Desde então, a comunidade internacional vem se dividindo sobre a maneira de encarar os resultados. Enquanto países como a Rússia saudaram a reeleição de Maduro, os Estados Unidos expressaram preocupações sobre a autenticidade do resultado divulgado.
Desde 2004, o voto na Venezuela é eletrônico. A empresa responsável pelo sistema é a argentina ExClé. A transmissão dos dados das urnas eletrônicas é feita pela internet, através de um sistema criptografado. Essa transmissão, no geral, leva algumas horas e foi atrasada para a madrugada desta segunda-feira 29 após o suposto ataque. Até o momento, as atas da votação ainda não foram apresentadas.
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