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Itália estuda como agir ante Justiça brasileira pela extradição de Battisti

O caso do terrorista será decidido pelo Supremo Tribunal Federal

Aloysio Nunes e Angelino Alfano: a Itália gostaria de ser ouvida pelo STF
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A Itália analisa como agir ante a Justiça do Brasil para obter a extradição de Cesare Battisti, ex-militante de extrema esquerda condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios, indicou à imprensa na segunda-feira 13 o chanceler italiano Angelino Alfano.

“Estamos estudando se podemos dar nossa opinião no julgamento, se poderemos intervir nesse caso para respaldar nosso pedido de extradição de maneira que Battisti cumpra sua condenação na Itália”, assegurou Alfano em coletiva celebrada em Roma com seu contraparte brasileiro, Aloysio Nunes.

“Para nós é um tema sensível devido aos crimes atrozes cometidos, e também pela falta de arrependimento de Battisti”, acrescentou.

O ministro brasileiro das Relações Exteriores explicou que o governo tem que esperar uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Battisti.

Cesare Battisti, de 62 anos, que fugiu para o Brasil em 2004, teme perder a proteção concedida em 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que negou sua extradição apesar da medida ter sido autorizada pelo STF.

Aloysio Nunes, que se negou a dar sua posição pessoal sobre o caso, considerou como algo “positivo” a possibilidade de que a Itália intervenha com uma figura judicial que ainda não foi especificada.

“Conheço bem a Itália, estive exilado na França durante a ditadura. Sei como agiram os grupos armados. Não dou opiniões pessoais sobre isso”, acrescentou.

Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios executados na década de 1970, mas passou cerca de 30 anos foragido entre México e França, onde desenvolveu uma bem-sucedida carreira como escritor de romances policiais.

Em meados de outubro, o governo brasileiro manifestou sua vontade de extraditar para a Itália o ex-militante de extrema esquerda, mas reconheceu que deve aguardar que o STF decida sobre o pedido de habeas corpus.

“Temos consciência de que o caso está nas mãos da Justiça e esperamos que o clima positivo entre os dois países nos permita chegar a uma solução”, destacou Alfano.

O chanceler italiano detalhou que a Itália entregou através dos canais diplomáticos uma declaração na qual se compromete a comutar a sentença de prisão perpétua imposta a Battisti em uma condenação de 30 anos de prisão, a pena máxima no Brasil, de maneira que a “extradição seja compatível”, afirmou.

Em uma recente entrevista à AFP, Battisti reconheceu que é “culpado de ter participado de uma organização armada e tomado uma posição contra o Estado fascista, mafioso e ladrão”, mas afirmou que os crimes pelos quais foi condenado à revelia “quando estava no México têm que ser provados”, reiterando que “não há indícios de culpa”.

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