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Itália enfrenta terceira onda da Covid-19 com novo confinamento

‘Na última semana registramos 150.175 novas infecções, contra 130.816 na anterior, aumento de quase 15%’, lamentou o primeiro-ministro

Registro de março de 2020, durante a primeira onda da Covid-19 na Itália. Foto: Vincenzo Pinto/AFP
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O primeiro-ministro Mario Draghi reconheceu nesta sexta-feira 11 que a Itália enfrenta uma nova onda da Covid-19, de modo que grande parte do país estará confinada a partir de segunda-feira.

“Um ano após o início da emergência sanitária, infelizmente estamos enfrentando uma nova onda de infecções”, disse Draghi, em um discurso proferido no novo centro de vacinação do aeroporto Roman Fiumicino.

“Na última semana registramos 150.175 novas infecções, contra 130.816 na semana anterior, um aumento de quase 15%”, sublinhou.

“Nessas duas semanas, o número de internados por sorologia positiva para o vírus aumentou em quase 5.000 e o número de pacientes em terapia intensiva é superior a 650”, acrescentou. “Isso nos obriga a sermos muito prudentes para limitar o número de mortes e evitar que as instalações sanitárias fiquem saturadas”.

Draghi presidiu nesta sexta-feira um conselho de ministros no qual foi decidido que, de 15 de março a 6 de abril, as regiões com “número semanal de contágios superior a 250 por 100.000 habitantes passarão a ser consideradas ‘vermelhas'”.

Com base nesta indicação técnica, o Ministério da Saúde ordenou sucessivamente o confinamento da maior parte da península a partir desta segunda-feira.

As regiões mais populosas do norte da península, incluindo Lombardia, com Milão, e Lazio, com Roma, foram classificadas como “zonas vermelhas”, disse o ministério.

De acordo com a classificação por cores, na zona vermelha, a mais contagiosa, devem permanecer fechadas as escolas do ensino médio e universidades, assim como bares, cafeterias e restaurantes (exceto para a retirada das refeições).

Além disso, as viagens estão autorizadas apenas em caso de necessidade por questões de trabalho, compra de artigos de primeira necessidade e por emergências médicas.

Para 11 das 20 regiões italianas,  foi assinado o decreto ordenando o confinamento, enquanto os dados de outra região (Basilicata) são analisados.

As demais regiões foram declaradas zona laranja, de contágio intermediário, exceto a ilha da Sardenha, que é a única zona branca, ou seja, sem contágio.

De 3 a 5 de abril, período da Semana Santa, toda a Itália será considerada zona vermelha, e os deslocamentos serão autorizados apenas dentro da própria região para outra residência privada, uma vez por dia e com o máximo de duas pessoas.

A Itália, que nesta semana superou a barreira das 100.000 mortes provocadas pela Covid-19, registra um forte aumento de contágios e de óbitos, em grande parte devido à variante britânica, segundo médicos.

Na sexta-feira, as autoridades anunciaram 26.824 novos casos e 380 mortes em 24 horas.

O centro de pesquisas de saúde GIMBE afirma que o número de novos casos observados durante as últimas três semanas “confirma o início da terceira onda” de coronavírus na Itália.

Segundo o presidente do GIMBE, Nino Cartabellotta, em mais da metade das 20 regiões italianas “os hospitais e, especialmente, as Unidades de Terapia Intensiva já estão saturados”.

As internações e cirurgias não relacionadas com o coronavírus foram adiadas.

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