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Israel tem greve geral para exigir acordo sobre os reféns

Escolas e transportes são alguns dos serviços afetados pela paralisação

Israel tem greve geral para exigir acordo sobre os reféns
Israel tem greve geral para exigir acordo sobre os reféns
Greve em Israel. Foto: Jack GUEZ / AFP
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Israel vive nesta segunda-feira (2) uma greve geral que visa pressionar o governo de Benjamin Netanyahu a obter a libertação dos reféns sob poder do movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

O sindicato Histadrut convocou a paralisação depois que o Exército anunciou, no domingo (1º), que encontrou os corpos de seis reféns assassinados na Faixa de Gaza, após quase 11 meses de conflito.

O anúncio militar também provocou grandes protestos para exigir um acordo que inclua a libertação dos reféns.

A adesão à greve, no entanto, não foi igual em todas as cidades: em Tel Aviv e Haifa as autoridades informaram que as escolas permaneceriam fechadas até 11h45, enquanto em Jerusalém e Ashkelon não aderiram à mobilização.

Os transportes públicos, administrados por empresas privadas, foram parcialmente afetados pela greve.

No aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv, dezenas de passageiros aguardavam nos balcões de check-in durante a manhã, depois que vários voos sofreram atrasos.

O presidente do Histadrut, Arnon Bar-David, afirmou no domingo que a greve pretende “frear o abandono dos reféns”. “Cheguei à conclusão de que apenas a nossa intervenção pode sacudir aqueles que precisam de ser sacudidos”, acrescentou.

Há vários meses, Catar, Egito e Estados Unidos, países que atuam como mediadores do conflito, tentam convencer o Hamas e Israel a aceitarem um acordo de cessar-fogo que inclua a libertação de reféns e de prisioneiros palestinos detidos por Israel. Mas, até o momento, as negociações não apresentaram resultados.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reunirá nesta segunda-feira com negociadores americanos para discutir “os esforços para alcançar um acordo que garanta a libertação dos reféns”, informou a Casa Branca.

No domingo, Biden declarou que estava “arrasado” com a notícia de que entre os corpos dos seis reféns encontrados estava o do americano-israelense Hersh Goldberg-Polin.

“Acerto de contas”

A guerra em Gaza começou no dia 7 de outubro.

Naquele dia, milicianos islamistas do Hamas realizaram um ataque ao sul de Israel que resultou em 1.205 vítimas fatais, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses.

Além disso, os combatentes islamistas sequestraram 251 pessoas: 97 continuam retidas em Gaza e 33 morreram, segundo o Exército israelense.

Em resposta ao ataque, Israel prometeu destruir o Hamas e lançou uma vasta ofensiva de retaliação que já deixou 40.786 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007.

A pressão da população israelense para que o governo negocie um acordo de libertação dos reféns não para de aumentar e o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, declarou no domingo que terá um “acerto de contas” com o Hamas, considerado um movimento terrorista por Israel, Estados Unidos e UE.

Segundo o Ministério da Saúde de Israel, os resultados da autópsia indicam que os reféns morreram devido a ferimentos de tiros à queima-roupa entre quinta e sexta-feira.

Mas um dirigente do Hamas, que falou sob a condição de anonimato, disse que vários reféns “morreram por tiros e bombardeios dos ocupantes” israelenses, e que alguns deles estavam na lista de pessoas que seriam libertadas no âmbito de um potencial acordo de cessar-fogo.

Vacinação contra pólio

Em Gaza, apesar dos danos da guerra, que mergulhou os 2,4 milhões de habitantes do território em uma situação humanitária catastrófica, começou a campanha de vacinação contra a pólio.

A operação acontece graças à implementação de “pausas humanitárias” entre 6H00 e 14H00 durante três dias em vários pontos do território palestino.

A meta é imunizar mais de 640.000 crianças com menos de 10 anos.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 72.611 crianças foram vacinadas no primeiro dia de campanha.

Ao mesmo tempo, Israel prossegue com a operação militar na Cisjordânia, território palestino separado da Faixa de Gaza, ocupado por Israel desde 1967.

A operação começou na quarta-feira e matou pelo menos 24 palestinos, a maioria combatentes, segundo o Ministério da Saúde palestino. O Exército israelense afirma que todos eram “terroristas”.

O Hamas e seu aliado Jihad Islâmica, outro grupo armado, afirmaram que pelo menos 14 mortos lutavam em suas fileiras.

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