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Israel realiza novas detenções de palestinos na Cisjordânia ocupada
A violência na Cisjordânia se iniciou à margem da guerra em Gaza e se aprofundou desde o início do frágil cessar-fogo no enclave


O Exército israelense realizou novas detenções de palestinos no norte da Cisjordânia ocupada, onde realiza uma operação militar há três semanas, segundo um correspondente da AFP e um comunicado do exército divulgado nesta quarta-feira 12.
A operação israelense lançada em 21 de janeiro, 48 horas depois da entrada em vigor de um frágil cessar-fogo na Faixa de Gaza, tem como alvo os grupos armados palestinos no norte da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.
Essa operação israelense causou dezenas de mortes, incluindo crianças palestinas e soldados israelenses, segundo a ONU, enquanto 40 mil palestinos foram expulsos de campos de refugiados na região.
Os soldados israelenses chegaram na noite de terça-feira 11 às localidades de Qabatiya e Arraba, após realizar operações na cidade vizinha de Jenin, confirmou o exército, nesta quarta-feira.
O exército israelense indicou em seu comunicado que realizou ataques em Qabatiya, e que “os soldados encontraram cerca de 100 quilos de componentes de objetos explosivos e outros equipamentos utilizados pelos terroristas”.
Também disse que confiscou armas e deteve 12 pessoas.
Com os olhos vendados, várias pessoas foram detidas e escoltadas por soldados e levadas para veículos militares ou para um edifício em Arraba, transformado em sala de interrogatório.
Em Qabatiya, um correspondente da AFP viu escavadeiras do exército destruir trechos da estrada.
Israel afirmou que destruiu estradas para se proteger de possíveis objetos explosivos escondidos no solo.
O exército israelense afirmou, na terça-feira, que matou vários combatentes palestinos em Jenin. E a autoridade palestina informou que uma mulher também morreu durante essas operações israelenses.
A violência na Cisjordânia se iniciou à margem da guerra em Gaza.
Desde 7 de outubro, pelo menos 910 palestinos morreram na Cisjordânia nas mãos dos soldados ou colonos israelenses, segundo dados do Ministério da Saúde palestino.
Pelo menos 32 israelenses, incluindo soldados, morreram em ataques palestinos ou operações militares, segundo dados oficiais israelenses.
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