JERUSALÉM (AFP) – Israel e os grupos armados palestinos de Gaza acertaram uma trégua nesta terça-feira 13, depois de quatro dias de ataques aéreos israelenses, que deixaram 25 palestinos mortos, e de disparos de foguetes contra Israel.
O ministro israelense da Defesa Civil, Matan Vilnai, informou que existe um acordo sobre um cessar-fogo definitivo para deter a violência na Faixa de Gaza iniciada na sexta-feira 9.
“De fato há um acordo, e acompanhamos o que acontece no local”, afirmou Vilnai à rádio estatal, sem revelar mais detalhes, antes de ressaltar que “aparentemente a tendência é de calma”.
A Jihad Islâmica – grupo palestino responsável pela maioria dos foguetes disparados contra Israel – confirmou o cessar-fogo, mas recordou que a condição para o acordo é que a trégua seja recíproca. “Aceitamos um cessar-fogo se Israel aceitar a aplicação com o fim de seus ataques e assassinatos”, afirmou o porta-voz do grupo, Daud Shehab.
Por sua vez, o chefe do Estado-Maior de Israel, o general Benny Gantz, disse à rádio pública que, “se os terroristas mantiverem a calma, faremos o mesmo. Se efetuarem disparos, responderemos. Tudo depende deles”.
Horas antes, uma fonte da inteligência egípcia havia anunciado um cessar-fogo “completo e recíproco” entre Israel e palestinos após quatro dias de violência.
“Um acordo completo e recíproco para acabar com as hostilidades atuais entre as duas partes, incluindo a suspensão dos assassinatos, entrou em vigor na madrugada desta terça-feira”, revelou a fonte, envolvido na mediação egípcia para acabar com a violência na Faixa de Gaza.
O funcionário, que pediu para não ser identificado, destacou que o Egito ficará encarregado de monitorar o cessar-fogo.
A fonte egípcia também revelou que o acordo é resultado de uma série de “intensos contatos” do Cairo com ambas as partes para “deter as operações militares contra a Faixa de Gaza e acabar com o derramamento de sangue na palestina”.
O grupo Hamas, no poder em Gaza, se comprometeu durante as negociações mediadas por funcionários egípcios em restabelecer a trégua no território que governa, mas não fez maiores comentários.
Estopim
O novo ciclo de violência foi desatado na sexta-feira 9 com o assassinato de Zuheir al Qaissi, chefe dos Comitês de Resistência Popular (CRP), acusado por Israel de preparar um atentado. Qaissi morreu quando a motocicleta em que viajava foi atacada por um avião de combate israelense.
No total, 25 palestinos foram mortos por Israel desde o início dos ataques, que deixaram ainda 83 feridos.
Os grupos armados de Gaza dispararam cerca de 200 foguetes contra Israel, ferindo ao menos cinco pessoas.
O Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, a União Europeia e a ONU), que na segunda-feira 12, em Nova York, se reuniu pela primeira vez em seis meses, expressou sua profunda preocupação ante a recente escalada de violência e pediu calma às duas partes.