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Israel ameaça o Hezbollah

Netanyahu diz que atacará a legenda e grupo armado libanês, o provável receptor de armas químicas da Síria

Em entrevista à rede de tevê Fox News, rede de comunicação norte-americana equivalente ao diário Pravda nos tempos do comunismo soviético, o premier Netanyahu disse: “Certamente não queremos estar expostos a armas químicas nas mãos do Hezbollah, ou de outros grupos terroristas”.Foto: ©AFP / Gali Tibbon
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Em meio à guerra civil na Síria, Benjamin Netanyahu encontra-se numa situação política no mínimo complexa. O primeiro-ministro israelense terá de lidar não somente com as repercussões do provável colapso do regime sírio de Bashar al-Assad, mas também com o Irã.

Segundo os serviços de inteligência israelenses, o Irã e o grupo armado xiita Hezbollah, baseado no Líbano, teriam sido os responsáveis, na semana passada, pelo atentado suicida na Bulgária que provocou a morte de cinco israelenses.

No caso da Síria, Israel “terá de agir”, diz Netanyahu, contra a transferência de armas químicas e de mísseis para as mãos do Hezbollah. E num momento crítico de colapso da coalizão do governo israelense, e, por tabela, às vésperas de novas eleições legislativas naquele país, Israel também não descarta um ataque contra o Irã.

Em entrevista à tevê Fox News, rede de comunicação norte-americana equivalente ao diário Pravda nos tempos do comunismo soviético, o premier Netanyahu disse: “Certamente não queremos estar expostos a armas químicas nas mãos do Hezbollah, ou de outros grupos terroristas”.

Netanyahu, claramente ciente do temor que instilaria suas declarações na audiência da reacionária Fox News, acrescentou: o Hezbollah com armas químicas “seria algo como a Al-Qaeda ter armas químicas”.

Indagado pelo jornalista da Fox News se Israel vai atacar a Síria, Netanyahu retrucou: “Temos outras possibilidades”.

Mas quais possibilidades?

Estaria Netanyahu prestes a confrontar o Hezbollah no Líbano, como na guerra na qual Israel foi derrotada em 2006? E, como vem dizendo há tempos Netanyahu, estaria Jerusalém prestes a atacar Teerã? Com ou sem a ajuda dos EUA?

Enquanto isso, o novo presidente egípcio, Mohamed Morsi, esteve, na semana passada, com o chefe do Hamas, Khaled Mishaal, legenda vencedora, em 2007, do pleito geral em Gaza. Isso logo após um encontro com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, na Cisjordânia. Morsi tem atuado como mediador para unir Gaza à Cisjordânia, os territórios divididos da Palestina.

Nesta semana, Morsi tem encontro marcado, no Cairo, com Ismail Haniyeh, o premier eleito do Hamas. O Hamas, considerado um grupo terrorista pela chamada “comunidade internacional”, é um braço da Irmandade Muçulmana do presidente egípcio Morsi.

O encontro, é óbvio, levanta a seguinte questão: após a queda de Hosni Mubarak, o ex-líder egípcio e homem forte do Ocidente no mundo árabe, como lidará o Egito da Irmandade Muçulmana de Morsi com Israel?

Morsi, claro, também tem de tomar um certo cuidado com o Exército egípcio, o qual guarda suas reticências contra a política exterior do presidente. Assim como seu ex-chefe, o presidente deposto Mubarak, os militares ainda no poder se opõe aos políticos islâmicos. Mas os EUA, via Hillary Clinton, a secretária de Estado, “jogam com quem estiver no poder”, segundo Malek Chebel, o mais popular expert de islã na Europa.

De fato, na semana passada Clinton teve bons momentos com Morsi. (E com os militares).

Os EUA sempre lidaram com a Irmandade Muçulmana porque acreditaram, com sua costumeira ingenuidade – ou misto de ingenuidade com pragmatismo? –, que os integristas seriam seus aliados na parte asiática do mundo soviético. E assim estilhaçariam a União Soviética.

Washington criou, na esteira, Bin Laden e sua Al-Qaeda.

Morsi, o presidente egípcio, sempre se mostrou favorável à resistência palestina. Nesta semana, o Egito passou a permitir o ingresso de palestinos no Egito. Fato inédito desde 2007, quando o Hamas venceu as eleições democráticas em Gaza, e as fronteiras com Israel e Egito foram bloqueadas.

Morsi tem sido cauteloso desde sua eleição. No entanto, o encontro de Morsi com o premier do Hamas significa uma nova postura do dirigente egípcio em relação aos territórios palestinos – e a Israel?

Em meio à guerra civil na Síria, Benjamin Netanyahu encontra-se numa situação política no mínimo complexa. O primeiro-ministro israelense terá de lidar não somente com as repercussões do provável colapso do regime sírio de Bashar al-Assad, mas também com o Irã.

Segundo os serviços de inteligência israelenses, o Irã e o grupo armado xiita Hezbollah, baseado no Líbano, teriam sido os responsáveis, na semana passada, pelo atentado suicida na Bulgária que provocou a morte de cinco israelenses.

No caso da Síria, Israel “terá de agir”, diz Netanyahu, contra a transferência de armas químicas e de mísseis para as mãos do Hezbollah. E num momento crítico de colapso da coalizão do governo israelense, e, por tabela, às vésperas de novas eleições legislativas naquele país, Israel também não descarta um ataque contra o Irã.

Em entrevista à tevê Fox News, rede de comunicação norte-americana equivalente ao diário Pravda nos tempos do comunismo soviético, o premier Netanyahu disse: “Certamente não queremos estar expostos a armas químicas nas mãos do Hezbollah, ou de outros grupos terroristas”.

Netanyahu, claramente ciente do temor que instilaria suas declarações na audiência da reacionária Fox News, acrescentou: o Hezbollah com armas químicas “seria algo como a Al-Qaeda ter armas químicas”.

Indagado pelo jornalista da Fox News se Israel vai atacar a Síria, Netanyahu retrucou: “Temos outras possibilidades”.

Mas quais possibilidades?

Estaria Netanyahu prestes a confrontar o Hezbollah no Líbano, como na guerra na qual Israel foi derrotada em 2006? E, como vem dizendo há tempos Netanyahu, estaria Jerusalém prestes a atacar Teerã? Com ou sem a ajuda dos EUA?

Enquanto isso, o novo presidente egípcio, Mohamed Morsi, esteve, na semana passada, com o chefe do Hamas, Khaled Mishaal, legenda vencedora, em 2007, do pleito geral em Gaza. Isso logo após um encontro com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, na Cisjordânia. Morsi tem atuado como mediador para unir Gaza à Cisjordânia, os territórios divididos da Palestina.

Nesta semana, Morsi tem encontro marcado, no Cairo, com Ismail Haniyeh, o premier eleito do Hamas. O Hamas, considerado um grupo terrorista pela chamada “comunidade internacional”, é um braço da Irmandade Muçulmana do presidente egípcio Morsi.

O encontro, é óbvio, levanta a seguinte questão: após a queda de Hosni Mubarak, o ex-líder egípcio e homem forte do Ocidente no mundo árabe, como lidará o Egito da Irmandade Muçulmana de Morsi com Israel?

Morsi, claro, também tem de tomar um certo cuidado com o Exército egípcio, o qual guarda suas reticências contra a política exterior do presidente. Assim como seu ex-chefe, o presidente deposto Mubarak, os militares ainda no poder se opõe aos políticos islâmicos. Mas os EUA, via Hillary Clinton, a secretária de Estado, “jogam com quem estiver no poder”, segundo Malek Chebel, o mais popular expert de islã na Europa.

De fato, na semana passada Clinton teve bons momentos com Morsi. (E com os militares).

Os EUA sempre lidaram com a Irmandade Muçulmana porque acreditaram, com sua costumeira ingenuidade – ou misto de ingenuidade com pragmatismo? –, que os integristas seriam seus aliados na parte asiática do mundo soviético. E assim estilhaçariam a União Soviética.

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Morsi, o presidente egípcio, sempre se mostrou favorável à resistência palestina. Nesta semana, o Egito passou a permitir o ingresso de palestinos no Egito. Fato inédito desde 2007, quando o Hamas venceu as eleições democráticas em Gaza, e as fronteiras com Israel e Egito foram bloqueadas.

Morsi tem sido cauteloso desde sua eleição. No entanto, o encontro de Morsi com o premier do Hamas significa uma nova postura do dirigente egípcio em relação aos territórios palestinos – e a Israel?

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