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Israel alerta população para sair do leste do Líbano, após atacar sul do país e Síria

Mensagem traz a indicação de que a guerra deve chegar a uma nova região do país e amplia a tensão sobre uma possível escalada do conflito para outros países do Oriente Médio

Israel alerta população para sair do leste do Líbano, após atacar sul do país e Síria
Israel alerta população para sair do leste do Líbano, após atacar sul do país e Síria
Ataques israelenses na cidade de Nabatiyeh, no sul do Líbano. Foto: Abbas Fakih / AFP
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Israel alerta a população do leste do Líbano nesta quinta-feira 17 para abandonar a zona de Bekaa, no leste do país, após ter bombardeado posições do Hezbollah no sul do país e também na Síria.

O Exército Israelense emitiu a ordem de evacuação “urgente” à população, alertando para um “ataque iminente”, na rede social X. Para justificar a ação, o porta-voz das Forças Armadas Avichay Adraee, afirmou que “edifícios na zona de Temnine” seriam “instalações que pertencem ao Hezbollah“.

O alerta foi feito horas depois de Israel ter realizado dezenas de ataques aéreos no sul do Líbano nesta quarta-feira 16. Os bombardeios mataram ao menos 16 pessoas e causaram destruição generalizada.

Morte de prefeito

No ataque desta quarta-feira, o Exército israelense afirmou ter mirado “dezenas de alvos do Hezbollah” perto de Nabatiyeh, no sul do Líbano, considerada um reduto do movimento e também dos xiitas Amal. O ataque matou o prefeito da cidade, Ahmad Kahil. Além dos 16 mortos, 52 ficaram pessoas ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde libanês.

O coordenador do braço humanitário da ONU no Líbano, Imran Riza, denunciou um “ataque catastrófico”.

A cidade de Cana, no sul do Líbano, irreconhecível após bombardeios de Israel.
Foto: Bilal KASHMAR / AFP

Em Cana, também no sul, “mais de 15 edifícios foram completamente destruídos, um verdadeiro desastre”, disse o socorrista Mohammed Ibrahim após um ataque mortífero do Exército israelense, que afirmou ter matado um comandante do Hezbollah no local.

Ainda na quarta-feira, as forças de manutenção da paz da Força de Paz da ONU (UNIFIL) também afirmaram que um tanque israelense tinha disparado contra uma de suas torres de vigilância no sul do Líbano, afirmando ter sido um “ataque direto e visivelmente deliberado”.

Ataque na Síria

Um ataque aéreo atribuído a Israel também teve como alvo a cidade costeira síria de Latakia, na madrugada de quinta-feira, causando incêndios no local, segundo a agência oficial local Sana, sem relatar vítimas.

Este ataque teve como alvo “um depósito de armas”, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma ONG sediada no Reino Unido com uma vasta rede de fontes no país.

Israel acusa frequentemente o Hezbollah, contra quem está em guerra aberta desde 23 de setembro no Líbano, de transportar armas da Síria, um país apoiado pelo Irã.

Mais ao sul, no Iêmen, os Estados Unidos anunciaram na noite de quarta-feira que usaram bombardeiros B-2 para destruir depósitos subterrâneos de armas dos Houthis, grupo que ataca navios cargueiros no Mar Vermelho e também é financiado por Teerã.

Paralelamente a sua guerra contra o Hezbollah e o Hamas palestino na Faixa de Gaza, também aliado do Irã, Israel afirma que está preparando sua resposta ao ataque com mísseis iranianos lançado em 1º de outubro contra seu território.

O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, reiterou que o seu país “responderá de maneira determinada” a um possível ataque.

(Com RFI e AFP)

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