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Irlanda vai investigar 2.400 suspeitas de abuso infantil em escolas católicas

As autoridades anunciaram que abrirão uma comissão de investigação sobre o assunto, que poderá se estender além das escolas administradas por congregações religiosas

Irlanda vai investigar 2.400 suspeitas de abuso infantil em escolas católicas
Irlanda vai investigar 2.400 suspeitas de abuso infantil em escolas católicas
Manifestantes com uma faixa contra o abuso na Igreja Católica, durante a visita do Papa Francisco à Irlanda para participar do Encontro Mundial das Famílias, em 2018. Foto: Ben Stansall/AFP
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A Irlanda abrirá uma comissão de investigação sobre a violência sexual nas escolas católicas depois que um relatório revelou 2.395 supostos casos de abuso, o mais antigo datando da década de 1970.

O estudo, encomendado pelo governo, mostra que as alegações se referem a 308 escolas ou internatos no país, anteriormente ou atualmente administrados por ordens religiosas.

As alegações dizem respeito a 884 pessoas que trabalharam nessas instituições. Os casos mais antigos datam de 1970 e os mais recentes de 2023. Metade dos supostos autores dos abusos já está morta.

O estudo destaca que a maioria dos abusos ocorreu em instalações para crianças com necessidades especiais. De acordo com o documento, há 590 alegações contra 190 supostos abusadores em 17 dessas instalações.

O órgão que representa as ordens católicas da Irlanda se desculpou e disse que estava “profundamente devastado” e se comprometeu a “cooperar totalmente”.

“Sombra do passado”

O primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, descreveu o escândalo como “uma sombra do passado que continua a pairar sobre tantas vidas, tantas famílias, tantas comunidades”. A ministra da Educação, Norma Foley, disse que “a escala dessa violência é chocante, assim como o número de supostos agressores”.

A investigação foi encomendada após a transmissão do documentário Blackrock Boys sobre violência sexual no internato para meninos do Blackrock College em Dublin.

Inicialmente, o inquérito se concentrou nas escolas administradas por instituições católicas, mas as autoridades não descartam a possibilidade de estendê-lo a outros tipos de estabelecimentos educacionais no futuro.

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