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Irfaan Ali é reeleito presidente da Guiana

O Partido Progressista do Povo/Cívico, liderado por Ali, obteve 242.497 votos válidos, o equivalente a 55% do total

Irfaan Ali é reeleito presidente da Guiana
Irfaan Ali é reeleito presidente da Guiana
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, ao votar em 1º de setembro de 2025. Foto: Keno George/AFP
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O presidente da Guiana, Irfaan Ali, foi reeleito para um segundo mandato consecutivo, segundo o primeiro boletim oficial da autoridade eleitoral divulgado no sábado 6, cinco dias após as eleições.

O Partido Progressista do Povo/Cívico (PPP/C), liderado por Ali, obteve 242.497 votos válidos, o equivalente a 55% do total. Ele já havia se declarado vencedor das eleições na quarta-feira em declarações à AFP.

O líder de centro-esquerda, de 45 anos, prometeu tirar o país de 850.000 habitantes da pobreza, alavancando sua riqueza petrolífera. Também terá de lidar com a questão polêmica do Essequibo, região rica em petróleo e minerais reivindicada pela vizinha Venezuela.

O boletim oficial coloca o partido WIN, fundado há três meses pelo magnata Azruddin Mohamed, apelidado de “Trump guianense”, em segundo lugar, com 24,8%.

O APNU, que representa a população negra, terminou em terceiro lugar, com 17,7% dos votos.

A Comissão Eleitoral da Guiana (GECOM) “declarou o candidato presidencial do PPP/C, Dr. Mohamed Irfaan Ali, presidente eleito”, diz o anúncio oficial divulgado perto da meia-noite.

Riqueza petroleira

Ali, proveniente da majoritária comunidade de origem indiana, assumirá um segundo mandato de cinco anos em um momento em que aumentam as tensões com o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que reivindica soberania sobre o Essequibo e nomeou autoridades para essa região em eleições controversas realizadas em maio.

Ele conta com o apoio dos Estados Unidos, que neste momento também atravessa um período de tensão com a Venezuela após o envio de navios de guerra ao Caribe para operações contra o narcotráfico.

A disputa pelo Essequibo é centenária, mas intensificou-se em 2015, após a descoberta de uma enorme riqueza petrolífera.

A Guiana possui hoje as maiores reservas de petróleo per capita do mundo. Começou a exploração em 2019 e espera alcançar uma produção de um milhão de barris por dia (b/d) em 2030, frente aos 650.000 b/d atuais.

Essa riqueza permitiu quadruplicar em cinco anos o orçamento do Estado (6,7 bilhões de dólares/36,15 bilhões de reais em 2025) com o maior crescimento econômico da América Latina (43,6% em 2024). Isto deve aumentar ainda mais.

“Temos uma ampla maioria e estamos prontos para levar o país adiante”, disse Ali na quarta-feira à AFP em uma breve declaração por telefone.

O PPP/C obteve 36 assentos na Assembleia Nacional, enquanto o Investimos na Nação (WIN) conquistou 16, a Aliança pela Unidade Nacional (APNU) garantiu 12 vagas e o Movimento Guiana Avante (FGM), uma.

A Guiana recorreu em 2018 à Corte Internacional de Justiça (CIJ) para ratificar um laudo de 1899 no qual foram fixadas as fronteiras atuais, mas a Venezuela rejeita a jurisdição desse órgão e reivindica o Acordo de Genebra de 1966, que estabelece as bases para uma solução negociada.

A apuração eleitoral neste pequeno país leva dias devido à complexidade das eleições do ponto de vista logístico, pois mais de 95% do território da Guiana é coberto por floresta tropical.

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